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Guga enfrenta fã atrás do 1º triunfo na turnê do adeus
No último torneio no país, brasileiro pega em Florianópolis aquele que deve ser o mais fraco adversário na despedida
Em homenagem ao pai, tenista jogará barbudo diante de torcida que lotou resort e pousadas e que, para ele, será trunfo hoje
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Gustavo Kuerten joga hoje,
às 19h, para seus conterrâneos,
aquela que pode ser sua última
partida em simples como tenista profissional no Brasil.
Guga estréia no Challenger
de Florianópolis e tem, teoricamente, a maior chance de vencer um confronto em sua turnê
de despedida. Assim, voltaria a
figurar no ranking mundial que
já liderou por 43 semanas.
O melhor tenista brasileiro
de todos os tempos está fora da
listagens da ATP desde 3 de
março, quando teve seus últimos pontos descontados.
Seu adversário hoje é o colombiano Carlos Salamanca,
apenas o 318º do mundo. Dificilmente Guga terá outra oportunidade de enfrentar um tenista tão mal ranqueado nos
torneios que restam em sua última temporada no circuito.
"De todos os jogos na turnê,
esse é um em que a vitória vai
depender muito mais de mim
do que dele", disse. "Terei que
estar em um dia muito legal."
Os adversários nos dois primeiros torneios do adeus dão
bem a dimensão da chance que
o brasileiro tem no estádio de
tênis batizado de Guga Kuerten, no Costão do Santinho.
Na Costa do Sauípe, o primeiro na temporada, encarou o
argentino Carlos Berlocq, 74º
colocado. No Masters Series de
Miami, foi a vez do francês Sebastien Grosjean, o número 52.
Na Bahia, Guga entrou e saiu
de quadra chorando. Pediu desculpas à torcida e disse que não
conseguia mais jogar bem. Nos
EUA, impressionou a imprensa
estrangeira ao literalmente colocar o quadril no lugar várias
vezes durante o jogo, coisa que
já havia feito no Brasil.
Em Florianópolis, Guga diz
estar com boas expectativas.
"Sinto que venho treinando
bem, me sinto até em nível
competitivo e acho que vou
conseguir jogar de igual para
igual com o colombiano", disse.
Guga voltou a repetir que só
consegue manter o alto nível
por cerca de 40 minutos.
O próprio Salamanca afirma
que o brasileiro é um ídolo para
ele. "Lembro de muitas partidas dele. Quando ele ganhou
Roland Garros pela primeira
vez, eu tinha 14 anos e aquilo
me marcou muito", relembrou.
A torcida parece sentir as
condições favoráveis para o
brasileiro. O resort que abriga o
torneio, que nesta época fica
com 70% de ocupação dos 590
apartamentos, está lotado.
"No dia em que foi anunciado
que o Guga faria a despedida
aqui, fizemos a reserva de todos
os quartos vagos", afirmou o diretor comercial do Costão do
Santinho, Rubens Augusto Regis. "Além disso, todas as pousadas da região estão na mesma
situação. Para o Estado, o Guga
é mais do que um ídolo, é uma
verdadeira entidade."
Por tudo isso, a expectativa é
que todos os 4.000 lugares
(2.500 a mais do que em 2007)
da quadra central estejam tomados -a entrada é franca,
mas a organização sugere a
doação de dois quilos de alimentos não-perecíveis.
"Aqui é um lugar em que a
torcida pode fazer a diferença e
quero usar isso", afirmou o tenista, que vai jogar com barba
em homenagem ao pai.
"Ele é muito mais conhecido
do que eu aqui em Floripa. Foi
ele quem me iniciou no esporte
e tem muita gente que me conhece aqui através dele", disse.
Aldo Kuerten morreu quando arbitrava um jogo de tênis.
Se conseguir sua primeira vitória em simples desde fevereiro de 2007, Guga pegará depois
o brasileiro Franco Ferreiro.
NA TV - Challenger de Florianópolis
Record News e Sportv 2, às 19h
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