São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Guga enfrenta fã atrás do 1º triunfo na turnê do adeus

No último torneio no país, brasileiro pega em Florianópolis aquele que deve ser o mais fraco adversário na despedida

Em homenagem ao pai, tenista jogará barbudo diante de torcida que lotou resort e pousadas e que, para ele, será trunfo hoje

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Gustavo Kuerten joga hoje, às 19h, para seus conterrâneos, aquela que pode ser sua última partida em simples como tenista profissional no Brasil.
Guga estréia no Challenger de Florianópolis e tem, teoricamente, a maior chance de vencer um confronto em sua turnê de despedida. Assim, voltaria a figurar no ranking mundial que já liderou por 43 semanas.
O melhor tenista brasileiro de todos os tempos está fora da listagens da ATP desde 3 de março, quando teve seus últimos pontos descontados.
Seu adversário hoje é o colombiano Carlos Salamanca, apenas o 318º do mundo. Dificilmente Guga terá outra oportunidade de enfrentar um tenista tão mal ranqueado nos torneios que restam em sua última temporada no circuito.
"De todos os jogos na turnê, esse é um em que a vitória vai depender muito mais de mim do que dele", disse. "Terei que estar em um dia muito legal."
Os adversários nos dois primeiros torneios do adeus dão bem a dimensão da chance que o brasileiro tem no estádio de tênis batizado de Guga Kuerten, no Costão do Santinho.
Na Costa do Sauípe, o primeiro na temporada, encarou o argentino Carlos Berlocq, 74º colocado. No Masters Series de Miami, foi a vez do francês Sebastien Grosjean, o número 52.
Na Bahia, Guga entrou e saiu de quadra chorando. Pediu desculpas à torcida e disse que não conseguia mais jogar bem. Nos EUA, impressionou a imprensa estrangeira ao literalmente colocar o quadril no lugar várias vezes durante o jogo, coisa que já havia feito no Brasil.
Em Florianópolis, Guga diz estar com boas expectativas.
"Sinto que venho treinando bem, me sinto até em nível competitivo e acho que vou conseguir jogar de igual para igual com o colombiano", disse.
Guga voltou a repetir que só consegue manter o alto nível por cerca de 40 minutos.
O próprio Salamanca afirma que o brasileiro é um ídolo para ele. "Lembro de muitas partidas dele. Quando ele ganhou Roland Garros pela primeira vez, eu tinha 14 anos e aquilo me marcou muito", relembrou.
A torcida parece sentir as condições favoráveis para o brasileiro. O resort que abriga o torneio, que nesta época fica com 70% de ocupação dos 590 apartamentos, está lotado.
"No dia em que foi anunciado que o Guga faria a despedida aqui, fizemos a reserva de todos os quartos vagos", afirmou o diretor comercial do Costão do Santinho, Rubens Augusto Regis. "Além disso, todas as pousadas da região estão na mesma situação. Para o Estado, o Guga é mais do que um ídolo, é uma verdadeira entidade."
Por tudo isso, a expectativa é que todos os 4.000 lugares (2.500 a mais do que em 2007) da quadra central estejam tomados -a entrada é franca, mas a organização sugere a doação de dois quilos de alimentos não-perecíveis.
"Aqui é um lugar em que a torcida pode fazer a diferença e quero usar isso", afirmou o tenista, que vai jogar com barba em homenagem ao pai.
"Ele é muito mais conhecido do que eu aqui em Floripa. Foi ele quem me iniciou no esporte e tem muita gente que me conhece aqui através dele", disse.
Aldo Kuerten morreu quando arbitrava um jogo de tênis.
Se conseguir sua primeira vitória em simples desde fevereiro de 2007, Guga pegará depois o brasileiro Franco Ferreiro.


NA TV - Challenger de Florianópolis
Record News e Sportv 2, às 19h


Texto Anterior: Só Guará pode tirar o último jogo da capital
Próximo Texto: Amador: Jogo tem número menor de juizes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.