Time bate Racing, obtém vaga antecipada e será o primeiro da fase de grupos da Libertadores com vitória no Pacaembu

Matilde Campodonico/Associated Press

O atacante Dentinho comemora após marcar o primeiro gol da vitória por 2 a 0 do Corinthians sobre o Racing no estádio Centenário, ontem à noite, no Uruguai

Racing 0
Corinthians 2

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

No torneio que é sua obsessão no ano do centenário, o Corinthians venceu o frio, a chuva, um apagão e o time mais pobre da Libertadores. Com os 2 a 0 sobre o uruguaio Racing, chegou a 13 pontos, garantiu o primeiro lugar do Grupo 1 e a melhor campanha da competição.
Nos mata-matas, que começam em duas semanas, tem grande chance de sempre fazer o duelo decisivo em casa. Para confirmar isso, precisa vencer o Independiente Medellín no Pacaembu, na quinta que vem.
Tarefa que deverá ser mais simples do que a cumprida ontem. O estádio Parque Central ficou às escuras com 1min40s de jogo. A energia só voltou depois de 15 minutos de paralisação. O frio e a chuva de Montevidéu congelaram também as ideias de Racing e Corinthians.
Parecia que os times teriam apenas cinco minutos para definir a partida. O resultado de tanta pressa foi um jogo truncado, cheio de faltas, passes errados e chutões para cima.
Quando teve um mínimo de lucidez, o Corinthians chegou ao gol. Dentinho, o melhor em campo no primeiro tempo, acionou Roberto Carlos, que foi ao fundo e cruzou rasteiro. No rebote da zaga, Dentinho bateu forte e fez seu oitavo gol no ano em partidas oficiais.
O gol saiu aos 34min (19min de jogo real). E aí o Corinthians perdeu a chance de tomar conta do confronto. O Racing, um amontoado de jogadores apenas esforçados, chegou a pressionar o time brasileiro.
Mas foi uma pressão inócua, à base de cruzamentos lançados de qualquer lugar do campo e, como numa partida de pebolim, rebatidos pela zaga corintiana. O sufoco, mesmo desorganizado, foi motivado tanto pela necessidade de vencer do time local quanto pela estratégia armada por Mano Menezes.
Antes do jogo, jogadores já previam que era melhor o time atuar atrás, esperando o rival.
O ímpeto uruguaio continuou no segundo tempo. Com exceção de dois perigosos chutes de Dentinho, o Corinthians produziu muito pouco.
Danilo e Elias não fizeram o time se mover. Ronaldo também pouco apareceu.
"Estamos jogando bem. Não entramos na catimba deles. Não queriam jogo desde o início. Agora, a bola vai voltar [de fora do campo] mais rápido", disse Ronaldo, no intervalo.
No segundo tempo, foi o Corinthians quem abusou da catimba. Dentinho e o goleiro Júlio César, que entrou bem, ganharam minutos caídos.
A 15 minutos do fim, Mano tirou Danilo e pôs Paulo André, mais um zagueiro para rebater os incessantes cruzamentos do Racing na direção da área.
Quando o time fazia de tudo para segurar aquele sofrido 1 a 0, conseguiu fazer o segundo, aos 43min. Jucilei avançou pela direita e cruzou para Elias, de cabeça, fechar o marcador.


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