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África do Sul vê encalhe nos hotéis para a Copa
Agência credenciada pela Fifa devolve
dois terços das suas reservas iniciais
Organização do Mundial-10
começa a vender entradas
em bilheterias no país e até
ingressos para a decisão
ainda estão disponíveis
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro Mundial no continente africano caminha para
um fracasso de popularidade.
Um dos principais termômetros para medir o interesse na
competição está gelado.
A agência Match, credenciada pela Fifa para oferecer pacotes de hospedagem para os turistas, acaba de devolver 300
mil noites de hotel que não
conseguiu comercializar.
Agora, de 1,9 milhão de noites que havia reservado inicialmente, a Match prossegue com
apenas 600 mil, num sinal claro
de que a previsão inicial de 500
mil turistas estrangeiros é hoje
somente uma miragem.
A África do Sul vai comemorar se 250 mil forasteiros visitarem o país durante a Copa-2010, que começa daqui a menos de dois meses (11 de junho).
A maioria dos quartos devolvidos pela Match são de hotéis
três, quatro e cinco estrelas e ficam próximos dos estádios.
Ou seja, são justamente as
camas mais desejadas quando a
organização sonhava que a Copa do Mundo seria um sucesso
de público internacional.
A agência também não conseguiu comercializar os caros
hotéis que tinha reservado no
parque Kruger, um dos principais pontos de safáris e que serviria de base para quem não
quisesse gastar todo o seu tempo nas sedes do Mundial.
Segundo Brett Dongan, diretor-executivo do setor hoteleiro da África do Sul, a devolução
feita pela Match é decepcionante. Para ele, o momento é de
trazer o maior número de visitantes a preços razoáveis.
O valor cobrado pelos sul-
-africanos por passagens aéreas
e quartos de hotéis é o grande
vilão da fuga de estrangeiros.
Quartos que geralmente valem US$ 100 por uma noite estavam sendo vendidos para a
Copa-2010 por US$ 500.
O recuo da Match não foi o
único sinal negativo recebido
ontem pelos sul-africanos.
Ao dar detalhes sobre a venda de ingressos em bilheterias,
a partir de hoje, a Fifa declarou
que ainda existem ingressos
disponíveis para a final. Antes,
a entidade dizia que a decisão já
tinha lotação esgotada.
São mais de 500 mil entradas
à venda da forma que a África
do Sul diz ser melhor para os
costumes locais. E, para isso, a
Fifa terá até de abrir mão de
uma de suas convicções -não
aceitar dinheiro vivo para a
compra de ingressos.
Com baixa renda e dificuldade no acesso a serviços bancários, os sul-africanos têm como
hábito sempre pagar em espécie os jogos de futebol. Mesmo
com preços camaradas para os
padrões internacionais (os sul-
-africanos podem pagar menos
de R$ 35 por uma entrada), o
valor dos ingressos para o
Mundial está muitas vezes acima de outros eventos no país.
Com agências internacionais
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