São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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FUTEBOL

Time de Muricy Ramalho perdia por 2 a 1 para o Inter quando Evandro Roman validou gol que banderinha anulou

Juiz erra e consolida derrota do São Paulo

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca o torcedor saberá exatamente o que se passa na cabeça de um árbitro que toma uma decisão equivocada. Que dirá Evandro Rogério Roman quando vir que o erro foi corretamente apontado pelo bandeirinha, a quem preferiu não dar ouvidos?
Pois foi assim que o Internacional conseguiu fechar o placar de 3 a 1 sobre o São Paulo, ontem, em Porto Alegre, aos 15min do segundo tempo. O terceiro gol, marcado por Rafael Sóbis, foi um consenso mundial de impedimento, uma unanimidade da qual Roman não quis participar.
A jogada começa numa saída de bola do são-paulino Fabão contra o colorado Fabinho. No lance, Davi desarma Golias tocando a bola para Sóbis, que estava impedido. Mesmo assim, arranca e amplia a vantagem do Inter.
Roman foi consultar o auxiliar, que assinalou o impedimento, e, mesmo assim, preferiu arcar sozinho com o erro. O Inter agradeceu -facilitou uma vitória que o deixou em segundo no Brasileiro, com igual número de pontos (13) que o líder Santos.
É verdade que o torcedor nunca saberá também o tamanho da culpa do juiz após esse erro. Mas é possível dizer que o São Paulo realmente não teve uma grande tarde contra seu último colega brasileiro na Libertadores.
Acostumado a ser o segundo melhor finalizador do Brasileiro, com 20,5 conclusões por jogo, o time do Morumbi pouco perturbou o goleiro Marcelo Boeck. Foram nove conclusões anotadas pelo Datafolha em toda a partida. Dessas nove, apenas quatro surgiram após o gol de Sóbis.
Pouco adiantou também a estréia são-paulina do atacante Ricardo Oliveira, que entrou no segundo tempo. Saiu de campo com apenas uma conclusão -pouco para livrar Muricy, vice-campeão nacional no ano passado com o Inter, da derrota no primeiro jogo contra seu ex-clube.
Já no primeiro tempo, o equilíbrio das equipes ficou claro, mas o Inter demonstrava mais inspiração na partida. Além disso, a marcação do time de Abel Braga conseguia neutralizar o meia Danilo e principalmente as subidas dos alas de Muricy Ramalho.
Isso foi determinante para o baixo rendimento são-paulino nas jogadas de ataque. No primeiro tempo, foram apenas três conclusões, das quais só duas certas. O Inter chegou ao gol de Rogério seis vezes e, aos 14min, marcou.
A vantagem colorada veio em cruzamento da direita de Jorge Wagner, meia que gozava de enorme liberdade em campo. A bola chegou fácil a Índio, que se antecipou a Fabão e cabeceou sem chances para Rogério, sem culpa em nenhum gol.
O gol colorado saiu numa das especialidades são-paulinas -a jogada de linha de fundo-, mas os alas do Morumbi, Souza e Júnior, não tinham a mesma desenvoltura. Menos mal que, no segundo tempo, Souza acertou o cruzamento na cabeça de Aloísio, e, aos 3min, o empate estava estampado no placar do Beira-Rio.
Mas durou pouco a reação. Novamente em bola de cabeça, Índio desempatou o jogo, em falha de Lugano, aos 8min. E depois, foi a vez de Fabão, Fabinho, Sóbis e Roman sacramentarem a vitória do Inter na tarde de ontem.
Os dois times voltam a atuar pelo Brasileiro no próximo sábado, às 18h10. Em casa, o Inter recebe o Figueirense, enquanto o São Paulo encara o São Caetano no Morumbi. A Libertadores só volta a disputa depois da Copa.


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