São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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SONINHA

O começo e o fim

Sabe o que os seis primeiros colocados do Brasileiro de 2006 tiveram em comum? Nenhum trocou de técnico

OS RESULTADOS da primeira rodada não querem dizer muita coisa; a estabilidade no emprego, sim. Antes mesmo do juiz apitar o início da primeira partida do campeonato, torcedores já pedem (e dão) palpites sobre quem são os favoritos ao título e ao rebaixamento. Há equipes que partem de uma base mais consistente, com um grupo forte, um bom técnico e respaldo da diretoria, enquanto outras começam o ano completamente indefinidas -entre estas, o Corinthians deve ser o exemplo mais óbvio. O grupo foi desmontado e remontado, o técnico passou muito tempo fora do circuito para sabermos qual a sua condição e a diretoria... Qual diretoria? Quem é que decide, afinal? Mas surpresas acontecem, desafiando toda a racionalidade (ainda bem!). Quem imaginaria que o Once Caldas seria campeão da Libertadores; a Grécia, da Eurocopa; o Paulista e o Santo André, da Copa do Brasil?
Nessas competições, do tipo mata-mata, previsões são mesmo mais arriscadas. Mas o Brasileirão, que premia o mais constante, pode ter resultados algo inesperados. Na primeira rodada de 2006, no fim de semana de 15 e 16 de abril, o Paraná começou mal. Foi à casa do Juventude e perdeu por 1 a 0. Ficou entre os últimos colocados -mas à frente do Corinthians, então campeão, que na estréia perdeu para o Grêmio por 2 a 0.
O Fluminense teve um início auspicioso -na Arena da Baixada, derrotou o Atlético por 2 a 1. A colocação final dos dois não foi das melhores: o time carioca ficou em 15º; o paranaense, em 13º... Dois dos times citados acima terminaram entre os cinco melhores do campeonato: Grêmio (3º) e Paraná (5º). E os outros três? Em sua estréia, o São Paulo, que terminaria campeão, derrotou o Flamengo no Morumbi com alguma dificuldade: foi 1 a 0, com gol de pênalti marcado por Rogério Ceni no final do primeiro tempo. O Santos (4º) foi ao Serra Dourada e não fez nem levou nenhum gol do Goiás. E o Internacional, futuro vice-campeão, na primeira rodada empatou com o Vasco em São Januário: 1 a 1.
Entre os rebaixados, figurou a Ponte Preta, que na estréia venceu o Palmeiras por 3 a 2 no Parque Antarctica (o Palmeiras terminou só uma posição acima da Ponte...). E o São Caetano, que estragou a rodada inicial do Cruzeiro: venceu o time mineiro de virada (2 a 1, em casa). Se a análise de começo do Brasileiro não dá conta de explicar o modo como ele termina, existem outros dados sobre o campeonato como um todo que me parecem muito sugestivos. Por exemplo: sabe o que os seis primeiros colocados de 2006 tiveram em comum? Nenhum deles trocou de técnico: Muricy, Abel Braga, Mano Menezes, Luxemburgo, Caio Junior e Renato Gaúcho comandaram suas equipes de ponta a ponta.
Eles não caíram porque tiveram bons resultados ou tiveram bons resultados porque não caíram (e puderam desenvolver um trabalho a médio prazo)? As duas coisas... Técnicos, como os grandes jogadores, não precisam ser ""imexíveis". Há horas em que o mais sensato é substituí-los. Mas não custa nada resistir ao primeiro impulso de mudança -quem o diz é a própria tabela do campeonato. Vamos ver quem começa e quem termina desta vez.

soninha.folha@uol.com.br


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