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SONINHA
O começo e o fim
Sabe o que os seis primeiros colocados do Brasileiro de 2006 tiveram em comum? Nenhum trocou de técnico
OS RESULTADOS da primeira
rodada não querem dizer
muita coisa; a estabilidade no
emprego, sim. Antes mesmo do juiz
apitar o início da primeira partida do
campeonato, torcedores já pedem (e
dão) palpites sobre quem são os favoritos ao título e ao rebaixamento.
Há equipes que partem de uma
base mais consistente, com um grupo forte, um bom técnico e respaldo
da diretoria, enquanto outras começam o ano completamente indefinidas -entre estas, o Corinthians deve ser o exemplo mais óbvio. O grupo foi desmontado e remontado, o
técnico passou muito tempo fora do
circuito para sabermos qual a sua
condição e a diretoria... Qual diretoria? Quem é que decide, afinal?
Mas surpresas acontecem, desafiando toda a racionalidade (ainda
bem!). Quem imaginaria que o Once
Caldas seria campeão da Libertadores; a Grécia, da Eurocopa; o Paulista
e o Santo André, da Copa do Brasil?
Nessas competições, do tipo mata-mata, previsões são mesmo mais
arriscadas. Mas o Brasileirão, que
premia o mais constante, pode ter
resultados algo inesperados.
Na primeira rodada de 2006, no
fim de semana de 15 e 16 de abril, o
Paraná começou mal. Foi à casa do
Juventude e perdeu por 1 a 0. Ficou
entre os últimos colocados -mas à
frente do Corinthians, então campeão, que na estréia perdeu para o
Grêmio por 2 a 0.
O Fluminense teve um início auspicioso -na Arena da Baixada, derrotou o Atlético por 2 a 1. A colocação final dos dois não foi das melhores: o time carioca ficou em 15º; o paranaense, em 13º...
Dois dos times citados acima terminaram entre os cinco melhores
do campeonato: Grêmio (3º) e Paraná (5º). E os outros três? Em sua estréia, o São Paulo, que terminaria
campeão, derrotou o Flamengo no
Morumbi com alguma dificuldade:
foi 1 a 0, com gol de pênalti marcado
por Rogério Ceni no final do primeiro tempo. O Santos (4º) foi ao Serra
Dourada e não fez nem levou nenhum gol do Goiás. E o Internacional, futuro vice-campeão, na primeira rodada empatou com o Vasco em
São Januário: 1 a 1.
Entre os rebaixados, figurou a
Ponte Preta, que na estréia venceu o
Palmeiras por 3 a 2 no Parque Antarctica (o Palmeiras terminou só
uma posição acima da Ponte...). E o
São Caetano, que estragou a rodada
inicial do Cruzeiro: venceu o time
mineiro de virada (2 a 1, em casa).
Se a análise de começo do Brasileiro não dá conta de explicar o modo
como ele termina, existem outros
dados sobre o campeonato como um
todo que me parecem muito sugestivos. Por exemplo: sabe o que os seis
primeiros colocados de 2006 tiveram em comum? Nenhum deles trocou de técnico: Muricy, Abel Braga,
Mano Menezes, Luxemburgo, Caio
Junior e Renato Gaúcho comandaram suas equipes de ponta a ponta.
Eles não caíram porque tiveram
bons resultados ou tiveram bons resultados porque não caíram (e puderam desenvolver um trabalho a médio prazo)? As duas coisas...
Técnicos, como os grandes jogadores, não precisam ser ""imexíveis".
Há horas em que o mais sensato é
substituí-los. Mas não custa nada resistir ao primeiro impulso de mudança -quem o diz é a própria tabela do campeonato. Vamos ver quem
começa e quem termina desta vez.
soninha.folha@uol.com.br
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