|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Custeio de arenas agora é prioridade
Comitê da Copa-14 tira foco da parte técnica, aprova 7 projetos e exige garantias econômicas para tirar estádios do papel
Sedes devem ter dificuldade para viabilizar obras uma vez que, segundo o BNDES, só quatro cidades pediram financiamento ao banco
Sergio Moraes/Reuters
|
|
Fachada do estádio do Maracanã, no Rio, que abrigou a decisão da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu do Uruguai, e é o palco indicado para a final do Mundial-2014
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Comitê Organizador Local
(COL) da Copa de 2014 mudou
o foco de suas cobranças.
Antes centrada nas críticas
aos projetos dos estádios, principalmente o do Morumbi, a
entidade agora volta suas preocupações para como as arenas
do Mundial serão custeadas.
Em apenas duas semanas, o
COL aprovou projetos de sete
sedes: Porto Alegre, Brasília,
São Paulo, Belo Horizonte,
Cuiabá, Manaus e Curitiba. O
projeto do Maracanã deve ser
aprovado nos próximos dias.
A medida visa a agilizar o andamento das obras, que, segundo cronograma da Fifa e do
próprio COL, estão atrasadas.
"A partir do momento que os
projetos são aprovados, acaba
essa discussão de se é necessário aumentar a arquibancada
ou rebaixar o campo e começa
efetivamente o projeto de
obra", afirmou ontem Ricardo
Teixeira, presidente do COL.
O comitê concedeu um prazo
de 30 dias para que cada uma
das sedes apresente garantias
de que a obra sairá do papel.
"Aquelas sedes que não provarem a viabilidade econômica
para o estádio estarão fora do
processo", ameaçou Teixeira.
Ele, no entanto, refutou a
possibilidade de redução do
número de sedes. "Não há nenhum pensamento imediato da
Fifa, nem para o futuro, de o
Brasil ter menos que 12 sedes."
Há a possibilidade, contudo,
de que haja substituição das cidades que não apresentarem
um plano de viabilidade econômica. Nesse caso, Goiânia e Belém, candidatas eliminadas da
disputa por 2014 na fase de seleção, são possíveis substitutas.
Não será tarefa fácil para algumas sedes apresentar em um
mês garantias para as obras. A
linha de crédito oferecida pelo
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) é a principal fonte de
custeio da maioria dos estádios,
sobretudo dos públicos.
Mas, segundo o banco, somente quatro cidades apresentaram um pedido formal de financiamento: Manaus, Fortaleza, Salvador e Cuiabá.
A capital amazonense, que
receberá a visita de representantes do BNDES na terça, foi a
primeira a solicitar o empréstimo (R$ 400 milhões), em 5 de
março, e deve ter o crédito liberado até o final deste mês.
Cuiabá, que só apresentou
sua carta-consulta ontem, não
deve conseguir apresentar ao
COL a verba do BNDES como
garantia para o Verdão. O banco deve levar, pelo menos, três
meses para liberar os recursos.
"Não dependemos da linha
de crédito. O governo de Mato
Grosso já incluiu no orçamento
R$ 250 milhões ao ano [R$ 1 bilhão até 2014] para as obras da
Copa", disse Adilton Sachetti,
presidente da comitê de Cuiabá. "Mas, se o BNDES liberar o
financiamento para o estádio,
podemos aplicar nossa verba
em outras obras da Copa."
O Morumbi, por sua vez, depende de um empréstimo de
R$ 150 milhões do banco para
que seja adaptado para o Mundial. O São Paulo ainda patina
nas negociações com o BNDES.
Concorrente à abertura do
Mundial, Brasília abdicou do
crédito do banco. Para bancar
os R$ 700 milhões da reforma
do Mané Garrincha, o governo
do Distrito Federal apostará na
venda de terras públicas.
Já o governo de Minas Gerais
afirmou, por nota, que enviou
pedido oficial, em março, ao
BNDES. A apresentação do
modelo de custeio do Mineirão
ao COL pode ser um problema,
pois o financiamento deverá
ser utilizado pelo consórcio que
vencer a licitação, ainda a ser
aberta, para o modelo de gestão
compartilhada do estádio.
Texto Anterior: Contusão: Lincoln para por até dez dias Próximo Texto: Governador do CE contesta irregularidades do Castelão Índice
|