São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011 |
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FOCO Sauna gelada esquenta planos para a Copa-14 Novidade é desenvolvida pela Universidade de Brasília há dois anos
FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA É como uma sauna, mas em vez de fazer suar de calor faz tremer de frio. A máquina se chama criossauna, espécie de sauna à base de nitrogênio líquido que submete atletas a -110°C. A tecnologia da crioterapia extrema chega a temperaturas que nem a Antártida costuma atingir - a mínima é cerca de -65°C. A criossauna é o primeiro produto brasileiro desse tipo. Ela será oferecida às cidades sede durante a Copa e a Olimpíada. A tecnologia é amplamente usada na Europa em atletas olímpicos e pilotos de F-1, como Mark Webber. O princípio já é aplicado aqui, mas de forma bem mais rudimentar: o atleta fica dentro de uma banheira de gelo, por mais de 20 minutos. E haja paciência para aguentar o frio e a queimação. O tratamento, seja na criossauna, seja na banheira de gelo, visa evitar lesões e inflamações, além de diminuir a dor após o esforço. "É como se todo aquele benefício que se tem ao ficar no gelo por meia hora pudesse ser concentrado em dois ou três minutos", afirma o pesquisador Tiago Melo, que há dois anos desenvolve o aparelho. Outro benefício é literalmente esfriar o ânimo de atletas antes de competições e combater a ansiedade. A criossauna foi feita no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, da Universidade de Brasília, e está em fase final de testes. "O Brasil ser o país do futebol ganha uma outra dimensão com a Copa. É a oportunidade de investir em tecnologia esportiva no país, que ainda é muito defasada", diz Gabriel Montenegro, parceiro de Melo na empreitada. A primeira unidade deve ficar pronta no segundo semestre e ainda não foi definido preço do aparelho nem da sessão. Na Europa, cada sessão custa cerca de R$ 150. MODO DE USAR De longe já é possível sentir o ar gelado que se espalha pelo ambiente, a partir de uma câmara branca que libera uma espécie de vapor frio. Para entrar na criossauna, é preciso secar o corpo antes. Qualquer gota de suor pode formar cristais de gelo no corpo do usuário. O traje é o de banho, com direito a luvas e proteções nos pés e mãos. Só o pescoço fica fora do aparelho. A máquina passa, então, a gelar cada vez mais -começam assim os três minutos mais longos do dia do atleta. Segundo o triatleta Fabiano Santos, que participou dos primeiros testes, a sensação é de "congelar" o músculo. "A perna fica gelando pelo resto do dia. Aguento uma maratona, mas não consigo ficar por muito tempo congelado na máquina. O músculo fica duro, como vidro", diz. A frequência de exposição ao tratamento deve ser determinada por médico ou fisioterapeuta, e três é o número máximo de sessões por dia. Texto Anterior: Juca Kfouri: A ameaça inglesa Próximo Texto: Itaquerão ganha licença com ajustes Índice | Comunicar Erros |
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