São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

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COI acumula rendas da Olimpíada

2016
Contrato dos Jogos do Rio só garante duas receitas a brasileiros

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Pelo contrato olímpico, divulgado anteontem, o COI (Comitê Olímpico Internacional) concentra a maioria das receitas da Rio-2016.
Depende da boa vontade da entidade distribuir parte dessas rendas aos organizadores brasileiros do evento.
O documento só garante, de fato, duas fontes de renda para o Comitê Organizador da Rio-2016: acordos comerciais locais, incluindo patrocínio, e venda dos ingressos. Mesmo assim, tem de dar pequena fatia (entre 5% e 7,5%) à entidade internacional.
Outras três fontes de renda são do COI: direitos de transmissão de TV, patrocínios internacionais e licenciamento de produtos no exterior. Os dois primeiros são, geralmente, os mais rentáveis.
Há previsão de o comitê internacional dar uma fatia dos patrocínios no exterior à Rio- -2016. "O percentual será determinado pelo COI, pela sua discrição", diz o contrato.
O texto ainda estabelece que o comitê internacional pode dar uma contribuição, a seu critério, para os organizadores do evento olímpico.
Para se ter uma ideia de como fica a divisão do dinheiro, pode-se usar os números de Pequim-2008, última Olimpíada com contas fechadas.
Por essas regras, dos US$ 5,450 bilhões (R$ 8,9 bilhões) arrecadados, o COI ficou com 65% do valor -só o dinheiro da TV é quase metade do total. O comitê organizador garantiu 35%.
E, assim mesmo, porque os patrocínios nacionais na China foram recordes. Explica-se: o país é a segunda economia do mundo e ganhou US$ 1,555 bilhão (R$ 2,54 bilhões) com empresas locais.
O modelo de divisão de renda adotado na Rio-2016, que privilegia o COI, tem regras iguais às anteriores.
O contrato dos Jogos de Inverno do Canadá-2010, que também foi revelado pelo governo local, prevê condições iguais às do evento carioca.
Em valores de 2008, o plano inicial da candidatura do Rio era de receber US$ 1,745 bilhão (R$ 2,85 bilhões) no total, entre as suas rendas garantidas e doações do COI.
Mas, diante do aquecimento da economia brasileira, os dirigentes da organização já estimam internamente um ganho bem maior com os patrocínios locais do que o previsto na postulação.
Há até uma perspectiva de reduzir a contribuição governamental ao comitê.
Ressalte-se que todas as despesas com construções de infraestrutura e sedes olímpicas, que são as mais volumosas, continuarão a ser bancadas pelo governo.
Financeiramente, ainda há outras condições favoráveis ao COI. Prefeitura e comitê organizador são responsáveis por pagar seus impostos. E o comitê ainda retém repasses e cobra por custos de operação de marketing.
Se houver lucro na Olimpíada de 2016, 20% do valor será destinado ao COI.


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