São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

imortalidade à prova

Grêmio, agora, tem de atingir 2 proezas

Após 3 a 0 para o Boca, time relembra o Gaúcho para ter força na Libertadores

Nunca na final do torneio um time reverteu tamanha desvantagem, e vitória por 4 gols no 2º jogo aconteceu só em duas oportunidades


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vencer uma Taça Libertadores é um feito e tanto para qualquer time que a dispute. Superar o Boca Juniors numa final, revertendo um resultado ruim no primeiro jogo, é uma façanha ainda mais louvável. Agora, some-se a isso mais duas proezas, uma rara e outra inédita na história das decisões do principal torneio da América do Sul.
Pois essa será a tarefa do Grêmio na próxima quarta-feira, no estádio Olímpico, se quiser levantar pela terceira vez a Taça Libertadores da América.
Os 3 a 0 impostos pelo Boca anteontem na Bombonera fizeram com que o time gaúcho passasse a lutar por uma espécie de "supertítulo", tamanha a dificuldade que o resultado na Argentina lhe proporciona.
Para ser campeã, a equipe do técnico Mano Menezes precisa de uma goleada por quatro gols de diferença. Mas uma vitória assim na segunda partida de decisões de Libertadores é bem rara. Apenas duas vezes o 4 a 0, que serve para o Grêmio, pintou no placar no último confronto da competição. A primeira, com o próprio Boca Juniors, em 1978, quando abocanhou seu bi diante do Deportivo Cali. A segunda foi em 2005, com o São Paulo castigando o Atlético-PR no Morumbi.
Ambos os resultados, porém, vieram sem o peso da obrigação. Tanto o Boca de 78 como o São Paulo de 2005 empataram o primeiro jogo das finais e, como mandantes, precisavam apenas de uma vitória magra para serem campeões.
O segundo feito que o Grêmio terá de alcançar na quarta-feira, se obtido, faz jus ao apelido de "imortal tricolor" que tanto orgulha sua torcida.
Desde que o saldo de gols foi adotado como fator de desempate em confrontos de mata-mata na Libertadores, em 1988, jamais um time perdeu a primeira partida da final por três gols de diferença e conseguiu ficar com o título. O mais próximo disso ocorreu em 1989, quando o Nacional (COL) caiu por 2 a 0 na ida diante do Olimpia (PAR) e, em casa, devolveu o placar, levou a decisão para os pênaltis e foi campeão.
O Boca conseguiu anteontem um dos triunfos mais elásticos da história em jogos de ida de finais de Libertadores. Só o Cruzeiro, em 1976 (4 a 1 sobre o River Plate), e o São Paulo, em 1993 (5 a 1 diante da Universidad Católica), construíram placares mais significativos.
Contudo, apesar da dificuldade, embasada não só nos 3 a 0 pró-Boca de anteontem mas também na própria história da Libertadores, os gremistas não deixam de acreditar no título.
Apegam-se ao exemplo recente do Campeonato Gaúcho. Nas semifinais, o Grêmio perdeu o jogo de ida por 3 a 0 para o Caxias, em Caxias do Sul. No duelo de volta, aplicou uma goleada por 4 a 0, foi à final e ficou com o título estadual.
"Com todo respeito, o Boca Juniors é um Caxias com grife. Tem muito mais camisa que time", afirmou o diretor de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Prioridade: Treinador ainda deve manter equipe mista no Brasileiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.