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imortalidade à prova
Grêmio, agora, tem de atingir 2 proezas
Após 3 a 0 para o Boca, time relembra o Gaúcho para ter força na Libertadores
Nunca na final do torneio um time reverteu tamanha desvantagem, e vitória por
4 gols no 2º jogo aconteceu
só em duas oportunidades
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencer uma Taça Libertadores é um feito e tanto para qualquer time que a dispute. Superar o Boca Juniors numa final,
revertendo um resultado ruim
no primeiro jogo, é uma façanha ainda mais louvável. Agora,
some-se a isso mais duas proezas, uma rara e outra inédita na
história das decisões do principal torneio da América do Sul.
Pois essa será a tarefa do Grêmio na próxima quarta-feira,
no estádio Olímpico, se quiser
levantar pela terceira vez a Taça Libertadores da América.
Os 3 a 0 impostos pelo Boca
anteontem na Bombonera fizeram com que o time gaúcho
passasse a lutar por uma espécie de "supertítulo", tamanha a
dificuldade que o resultado na
Argentina lhe proporciona.
Para ser campeã, a equipe do
técnico Mano Menezes precisa
de uma goleada por quatro gols
de diferença. Mas uma vitória
assim na segunda partida de
decisões de Libertadores é bem
rara. Apenas duas vezes o 4 a 0,
que serve para o Grêmio, pintou no placar no último confronto da competição. A primeira, com o próprio Boca Juniors, em 1978, quando abocanhou seu bi diante do Deportivo Cali. A segunda foi em 2005,
com o São Paulo castigando o
Atlético-PR no Morumbi.
Ambos os resultados, porém,
vieram sem o peso da obrigação. Tanto o Boca de 78 como o
São Paulo de 2005 empataram
o primeiro jogo das finais e, como mandantes, precisavam
apenas de uma vitória magra
para serem campeões.
O segundo feito que o Grêmio terá de alcançar na quarta-feira, se obtido, faz jus ao apelido de "imortal tricolor" que
tanto orgulha sua torcida.
Desde que o saldo de gols foi
adotado como fator de desempate em confrontos de mata-mata na Libertadores, em 1988,
jamais um time perdeu a primeira partida da final por três
gols de diferença e conseguiu
ficar com o título. O mais próximo disso ocorreu em 1989,
quando o Nacional (COL) caiu
por 2 a 0 na ida diante do Olimpia (PAR) e, em casa, devolveu
o placar, levou a decisão para os
pênaltis e foi campeão.
O Boca conseguiu anteontem
um dos triunfos mais elásticos
da história em jogos de ida de
finais de Libertadores. Só o
Cruzeiro, em 1976 (4 a 1 sobre o
River Plate), e o São Paulo, em
1993 (5 a 1 diante da Universidad Católica), construíram placares mais significativos.
Contudo, apesar da dificuldade, embasada não só nos 3 a 0
pró-Boca de anteontem mas
também na própria história da
Libertadores, os gremistas não
deixam de acreditar no título.
Apegam-se ao exemplo recente do Campeonato Gaúcho.
Nas semifinais, o Grêmio perdeu o jogo de ida por 3 a 0 para o
Caxias, em Caxias do Sul. No
duelo de volta, aplicou uma goleada por 4 a 0, foi à final e ficou
com o título estadual.
"Com todo respeito, o Boca
Juniors é um Caxias com grife.
Tem muito mais camisa que time", afirmou o diretor de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe.
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