|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
maratona
Atuação nas "férias" preocupa seleção
Brasil é a única seleção de ponta no mundo que nesta década não teve folga durante a pausa na temporada europeia
Com 16 atletas que atuam na Europa, comissão técnica opta por diminuir carga de treinos antes do início da Copa das Confederações
Oliver Weiker/Efe
|
|
André Santos, Robinho e Luís Fabiano durante treino da seleção
brasileira, que estreia hoje na Copa das Confederações
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A BLOEMFONTEIN
O técnico Dunga anda preocupado com o excesso de partidas da seleção brasileira. Deixou claro que o time está no limite e precisa se poupar para
recuperar o fôlego na Copa das
Confederações, que para o Brasil começa hoje, às 11h, contra o
Egito, em Bloemfontein.
O treinador tem sua razão,
mas a maratona de jogos não é
exclusividade dele no comando
do time nacional.
O Brasil é a única equipe de
ponta no mundo que nunca
deixou de atuar nesta década
em uma competição oficial no
período de férias da temporada
europeia. Desde 2001, o time
nacional sempre teve trabalho
no meio do ano -Copa das
Confederações, Olimpíada, Copa América e Copa do Mundo.
Neste período, foram 87 partidas oficiais disputadas pela
seleção, incluindo eliminatórias, contra uma média de 65
confrontos de outras poderosas
(Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Argentina e França).
Adversária do Brasil na primeira fase da Copa das Confederações, a Itália, atual campeã
do mundo, entrou em campo
68 vezes nesta década.
A Espanha, time mais badalado do momento após vencer a
Eurocopa e apontado por Dunga como favorito na África, jogou menos ainda neste período:
foram apenas 63 partidas.
Quem mais se aproxima da
maratona brasileira é a arquirrival Argentina, que jogou 77
vezes. O time, no entanto, terá
folga até setembro, quando volta a jogar pelas eliminatórias.
A última vez em que os brasileiros tiveram descanso no
meio de uma temporada foi no
longínquo 1992. Ou seja, faz 17
anos que a seleção brasileira
sempre joga nessa época.
Ainda com o pensamento
prioritário na classificação para
a Copa do Mundo, Dunga diz
que os treinamentos de seus
comandados serão dosados.
"As pessoas têm que saber
que esse é um momento delicado da seleção porque o time está no limite. Então, muita gente
não entende que é um momento de regeneração, de recuperação dos jogadores", afirmou ele.
"Há uma preocupação com o
desgaste, não só físico, mas
também emocional pela sequência que tivemos nas eliminatórias. Não adianta exigir tudo do jogador no treinamento e
ele chegar cansado no jogo",
afirma o técnico da seleção.
Como a maior parte dos atletas -dos 23 convocados, 16
atuam no futebol europeu- está em fim de temporada, essa é
uma preocupação maior da comissão técnica da seleção.
"É bom levar isso em consideração", afirmou Robinho, jogador que mais atuou na era
Dunga. Foram 39 jogos em 40
comandados pelo técnico.
Desde que chegou à África do
Sul, na quinta, a seleção fez três
treinamentos. No primeiro dia,
com o campo aberto ao público,
as atividades foram bem leves.
No segundo, houve um treino coletivo que durou pouco
mais de 30 minutos. Ontem,
novamente, os jogadores não
fizeram muito esforço e, depois, participaram do tradicional "rachão", sob frio de 6C no
Seisa Ramabodu Stadium.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Frio e chuva atrapalham competição Índice
|