São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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maratona

Atuação nas "férias" preocupa seleção

Brasil é a única seleção de ponta no mundo que nesta década não teve folga durante a pausa na temporada europeia

Com 16 atletas que atuam na Europa, comissão técnica opta por diminuir carga de treinos antes do início da Copa das Confederações

Oliver Weiker/Efe
André Santos, Robinho e Luís Fabiano durante treino da seleção
brasileira, que estreia hoje na Copa das Confederações


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A BLOEMFONTEIN

O técnico Dunga anda preocupado com o excesso de partidas da seleção brasileira. Deixou claro que o time está no limite e precisa se poupar para recuperar o fôlego na Copa das Confederações, que para o Brasil começa hoje, às 11h, contra o Egito, em Bloemfontein.
O treinador tem sua razão, mas a maratona de jogos não é exclusividade dele no comando do time nacional.
O Brasil é a única equipe de ponta no mundo que nunca deixou de atuar nesta década em uma competição oficial no período de férias da temporada europeia. Desde 2001, o time nacional sempre teve trabalho no meio do ano -Copa das Confederações, Olimpíada, Copa América e Copa do Mundo.
Neste período, foram 87 partidas oficiais disputadas pela seleção, incluindo eliminatórias, contra uma média de 65 confrontos de outras poderosas (Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Argentina e França).
Adversária do Brasil na primeira fase da Copa das Confederações, a Itália, atual campeã do mundo, entrou em campo 68 vezes nesta década.
A Espanha, time mais badalado do momento após vencer a Eurocopa e apontado por Dunga como favorito na África, jogou menos ainda neste período: foram apenas 63 partidas.
Quem mais se aproxima da maratona brasileira é a arquirrival Argentina, que jogou 77 vezes. O time, no entanto, terá folga até setembro, quando volta a jogar pelas eliminatórias.
A última vez em que os brasileiros tiveram descanso no meio de uma temporada foi no longínquo 1992. Ou seja, faz 17 anos que a seleção brasileira sempre joga nessa época.
Ainda com o pensamento prioritário na classificação para a Copa do Mundo, Dunga diz que os treinamentos de seus comandados serão dosados.
"As pessoas têm que saber que esse é um momento delicado da seleção porque o time está no limite. Então, muita gente não entende que é um momento de regeneração, de recuperação dos jogadores", afirmou ele. "Há uma preocupação com o desgaste, não só físico, mas também emocional pela sequência que tivemos nas eliminatórias. Não adianta exigir tudo do jogador no treinamento e ele chegar cansado no jogo", afirma o técnico da seleção.
Como a maior parte dos atletas -dos 23 convocados, 16 atuam no futebol europeu- está em fim de temporada, essa é uma preocupação maior da comissão técnica da seleção.
"É bom levar isso em consideração", afirmou Robinho, jogador que mais atuou na era Dunga. Foram 39 jogos em 40 comandados pelo técnico.
Desde que chegou à África do Sul, na quinta, a seleção fez três treinamentos. No primeiro dia, com o campo aberto ao público, as atividades foram bem leves.
No segundo, houve um treino coletivo que durou pouco mais de 30 minutos. Ontem, novamente, os jogadores não fizeram muito esforço e, depois, participaram do tradicional "rachão", sob frio de 6C no Seisa Ramabodu Stadium.


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