São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Imbatível, Felipe fecha gol e dá ponto ao Corinthians

Com pés, mãos e até sorte, goleiro, mesmo bombardeado, para ataque do Goiás

Goiás 0
Corinthians 0


DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians entrou no Serra Dourada com seu ataque quase completo, mas nem Dentinho, muito menos Ronaldo, conseguiram fazer gols. Atrás, o time tinha sua defesa praticamente reserva, mas foi justamente o único titular o responsável pelo ponto conquistado fora de casa no Brasileiro.
O goleiro Felipe foi o grande nome do 0 a 0 entre Corinthians e Goiás, ontem.
Ele parou o ataque rival com defesas de todos os tipos. Em chutes de longe, de perto, de frente e pelos lados. Em escanteios, faltas, com a bola rolando dentro ou fora da área. Com os pés, com as mãos e até com a sorte. No único chute na direção do gol que foi fora de seu alcance a bola bateu na trave e em cima da linha, mas nem dessa vez ela entrou.
Mas, por pouco, o Corinthians não ficou sem seu herói. Felipe correu risco de não poder atuar. "Eu tive uma torção no treino e só vim saber que tinha condição no vestiário", explicou o camisa um, que teve à sua frente uma defesa toda formada por reservas.
Nem mesmo Chicão, que tinha sua escalação no Serra Dourada confirmada, pôde atuar ontem. O zagueiro não jogou por causa de um resfriado.
Com a autoridade de melhor em campo, Felipe não aliviou para seus companheiros a respeito do desempenho em Goiânia. "A gente ficou muito aquém do que pode apresentar. Principalmente no passe", disse o goleiro. No entanto, ele pegou leve com sua defesa. "Hoje o time não jogou bem. Mas tem jogo que o Ronaldo faz dois e a gente toma dois", completou.
Quanto a seu próprio desempenho, Felipe usou de pouca modéstia, mas de muita desconfiança nos indefectíveis elogios pós-jogo.
"Fiz uma bela partida, mas não dá para se empolgar. Os mesmos que te aplaudem vão te criticar quando não for bem. Já sei como é o Corinthians, estou aqui há dois anos", declarou o jogador. "Os mesmos que gritam que "Felipe é seleção" vão falar "frangueiro" e pedir pra sair do Corinthians depois."
O titular do gol do Parque São Jorge saiu de campo se dizendo na melhor fase de sua carreira. "Além da fase técnica, tem também a fase de títulos. Ganhamos o Paulista, estamos na final da Copa do Brasil."
Para Felipe, o momento é semelhante ao vivido em seu primeiro ano no clube, mas com uma diferença crucial. "Em 2007 eu estava bem, mas o time estava mal. Eu evitava 16 gols e o time, mesmo assim, tomava três. Aí, não adianta nada", afirmou, lembrando da campanha corintiana que terminou em rebaixamento no Brasileiro.
Não foi à toa que o 0 a 0 consagrou Felipe ontem. Dominado pelo Goiás, o Corinthians, que poupou titulares para a final da Copa do Brasil, foi alvo de um bombardeio.
Segundo o Datafolha, os goianos finalizaram 28 vezes a gol. Nove delas tinham a direção certa e só pararam antes de ultrapassar a linha de fundo e morrer na rede graças às intervenções do goleiro corintiano.
Já o ataque dos visitantes foi uma lástima. Mesmo com Ronaldo em campo por 73 minutos, o Corinthians pouco ameaçou o Goiás. Foram apenas sete chutes a gol. Desses, somente um exigiu defesa de Harlei.
O camisa 9 do Corinthians, que foi escalado por Mano Menezes para tentar readquirir melhor condição de jogo, ditou o ritmo ruim do sistema ofensivo. Além de não conseguir dar nem sequer um arremate, Ronaldo limitou-se a tocar na bola apenas 11 vezes.
De quebra, o Corinthians ainda perdeu um de seus jogadores para a próxima rodada do Brasileiro. Boquita levou o terceiro amarelo e não pega o São Paulo no clássico de domingo.


Texto Anterior: Torres faz três, e Espanha passeia no 1º jogo na Copa das Confederações
Próximo Texto: Elias diz ter sido vítima de ofensa racista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.