São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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JUCA KFOURI

Atos secretos do futebol


Faces da mesma moeda, o que acontece no Senado Federal não é nada diferente do que ocorre no futebol


NÃO É só no Senado Federal que proliferam atos secretos. Também no futebol há gestos encobertos que demoram para ser revelados plenamente. Adivinhe quem é o autor do texto publicado nesta Folha em 5 de julho de 2002: "Veja o penta. O futebol brasileiro, maior alegria do nosso povo, foi massacrado e desmoralizado nesses dois anos. Os jogadores não prestavam, só queriam saber de dinheiro; os dirigentes eram bandidos; os times, falidos e acabados. O governo só estimulava o refrão negativo de moralizar o futebol. Essa gente, assim tratada, sai, vence todas as partidas, joga como nunca jogou e volta ao Brasil dando orgulho e alegria ao povo. "A Copa é nossa!" "O penta é nosso!" Explodiu no Brasil inteiro a alegria do povo brasileiro. Jogadores, técnico, dirigentes e a CBF vestiram a camisa e cobriram-se com a bandeira nacional. Não eram os mercadores de que os acusavam. Ricardo Teixeira venceu a tempestade, e a família Scolari desfila com seus meninos travessos dando cambalhotas nas rampas do Planalto."
Adivinhou? O autor é pai de um dos vice-presidentes da CBF, o empresário Fernando Sarney. Sim, o autor de discurso tão edificante é José Sarney, presidente do Senado, dos atos secretos para proteger parentes, um filho de Fernando, inclusive. Já em 8 de fevereiro último, esta Folha publicou a notícia que segue: "O senador José Sarney (PMDB-AP) e seu filho Fernando Sarney aparecem em uma escuta legal da Polícia Federal discutindo o uso de duas empresas do grupo de comunicação da família -a TV Mirante e o jornal "O Estado do Maranhão'- para veicular denúncias contra o grupo do governador Jackson Lago (PDT).(...)
Em uma das conversas, a cujo áudio a Folha teve acesso, Sarney liga para seu filho pedindo que ele levasse à TV acusações contra Aderson Lago, primo e chefe da Casa Civil do governador Lago, que derrotou a filha de Sarney, Roseana, em 2006. Como as emissoras de TV operam por meio de concessão pública, a lei 4.117/62 veda seu uso para fins políticos.
O grampo foi feito pela PF nos telefones de Fernando, principal alvo da Operação Boi Barrica, que apura movimentações financeiras de empresas da família Sarney no período eleitoral de 2006. Fernando sacou R$ 2 milhões nos dias 25 e 26 de outubro daquele ano, três dias antes do segundo turno."
Teixeira ajudará Sarney a vencer a nova tempestade? Porque, de fato, Senado e CBF têm tudo a ver.

"IWL irrecuperável"
Há motivos para Vanderlei Luxemburgo andar tão aflito, apesar da boa vitória sobre o Cruzeiro.
Seu instituto está sendo acionado por sua maior franquia, que opera em seis cidades, entre elas Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e Salvador, além de ser responsável por 50% dos alunos dos cursos à distância. Segundo o advogado Hélcio Kronberg, do grupo que se julga lesado por quebra de contrato de exclusividade, as franquias fecharão no dia 30 de junho e pedirão reparação por perdas e danos na casa dos R$ 4 milhões: "O IWL é irrecuperável", diz ele, "por falta de organização, critérios e trabalho".

blogdojuca@uol.com.br


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