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Júlio César mostra costas e se diz bem
Goleiro, o menos vazado dentre os que iniciaram uma Copa como titular do Brasil, nega ter hérnia de disco
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A seleção brasileira nunca
teve um camisa 1 como Júlio
César. Ontem, o goleiro foi a
principal atração na área de
entrevistas após o treinamento no estádio Ellis Park.
Chegou a levantar a camisa e mostrar as costas, para
provar que está bem da contusão que o tirou das atividades da seleção por uma semana, inclusive do amistoso
contra a Tanzânia.
"Disseram que eu tinha
hérnia de disco e é mentira",
declarou. "Não vou dizer
quem foi, mas foi de uma tremenda irresponsabilidade,
porque prejudica meu trabalho e o da comissão médica.
Quando se faz uma operação, fica uma cicatriz", disse.
E então mostrou as costas.
Nada incomum para quem
soma, dentro e fora de campo, características marcantes
de alguns dos últimos goleiros da seleção brasileira.
Júlio César tem uma carreira consagrada na Europa, como Dida. Às vezes se excede
com as palavras, como Marcos. Usa o porte de galã para
fazer comerciais, como Leão.
E passa tanta segurança ao time quanto Taffarel.
Entre os goleiros que começaram uma Copa como titulares, desde 1930, o jogador da italiana Inter de Milão
tem a menor média de gols
sofridos. Desde a primeira
convocação, para amistosos
em 2002, Júlio César, 30, defendeu a seleção em 48 partidas, nas quais sofreu 31 gols,
média de 0,65 por jogo.
Supera Leão, titular em
1974 e 1978 (0,66 gol tomado
por partida) e Taffarel, que
disputou os Mundiais de
1990, 1994 e 1998.
Há cinco temporadas na
Inter, construiu uma carreira
sólida no futebol europeu como Dida, titular na Copa de
2006. Neste ano, Júlio César
conquistou sua primeira Copa dos Campeões, seu quinto
Campeonato Italiano e sua
terceira Copa da Itália.
Pelo Milan, Dida ganhou
duas Copa dos Campeões,
um Mundial de Clubes e duas
Supercopas Europeias.
Com Marcos, goleiro do
Palmeiras e camisa 1 na conquista do penta em 2002, Júlio César tem em comum a capacidade para se envolver
em polêmicas por causa de
declarações desastradas.
Em setembro de 2008, sugeriu ao presidente Lula que
virasse torcedor da Argentina. Tudo porque Lula havia
pedido mais empenho à seleção brasileira e citado Messi
como exemplo de bom jogador. No dia seguinte, pediu
desculpas ao presidente.
Campeão da Copa América em 2004, Júlio César esteve na Copa de 2006 como terceiro goleiro, levado pelo técnico Carlos Alberto Parreira
para "ganhar experiência"
Hoje, é considerado o melhor goleiro do mundo. E assume essa condição. "Estou
muito bem, muito confiante,
e tenho que saber administrar a pressão."
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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