São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Júlio César mostra costas e se diz bem

Goleiro, o menos vazado dentre os que iniciaram uma Copa como titular do Brasil, nega ter hérnia de disco

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A seleção brasileira nunca teve um camisa 1 como Júlio César. Ontem, o goleiro foi a principal atração na área de entrevistas após o treinamento no estádio Ellis Park.
Chegou a levantar a camisa e mostrar as costas, para provar que está bem da contusão que o tirou das atividades da seleção por uma semana, inclusive do amistoso contra a Tanzânia.
"Disseram que eu tinha hérnia de disco e é mentira", declarou. "Não vou dizer quem foi, mas foi de uma tremenda irresponsabilidade, porque prejudica meu trabalho e o da comissão médica. Quando se faz uma operação, fica uma cicatriz", disse. E então mostrou as costas.
Nada incomum para quem soma, dentro e fora de campo, características marcantes de alguns dos últimos goleiros da seleção brasileira.
Júlio César tem uma carreira consagrada na Europa, como Dida. Às vezes se excede com as palavras, como Marcos. Usa o porte de galã para fazer comerciais, como Leão. E passa tanta segurança ao time quanto Taffarel.
Entre os goleiros que começaram uma Copa como titulares, desde 1930, o jogador da italiana Inter de Milão tem a menor média de gols sofridos. Desde a primeira convocação, para amistosos em 2002, Júlio César, 30, defendeu a seleção em 48 partidas, nas quais sofreu 31 gols, média de 0,65 por jogo.
Supera Leão, titular em 1974 e 1978 (0,66 gol tomado por partida) e Taffarel, que disputou os Mundiais de 1990, 1994 e 1998.
Há cinco temporadas na Inter, construiu uma carreira sólida no futebol europeu como Dida, titular na Copa de 2006. Neste ano, Júlio César conquistou sua primeira Copa dos Campeões, seu quinto Campeonato Italiano e sua terceira Copa da Itália.
Pelo Milan, Dida ganhou duas Copa dos Campeões, um Mundial de Clubes e duas Supercopas Europeias.
Com Marcos, goleiro do Palmeiras e camisa 1 na conquista do penta em 2002, Júlio César tem em comum a capacidade para se envolver em polêmicas por causa de declarações desastradas.
Em setembro de 2008, sugeriu ao presidente Lula que virasse torcedor da Argentina. Tudo porque Lula havia pedido mais empenho à seleção brasileira e citado Messi como exemplo de bom jogador. No dia seguinte, pediu desculpas ao presidente.
Campeão da Copa América em 2004, Júlio César esteve na Copa de 2006 como terceiro goleiro, levado pelo técnico Carlos Alberto Parreira para "ganhar experiência"
Hoje, é considerado o melhor goleiro do mundo. E assume essa condição. "Estou muito bem, muito confiante, e tenho que saber administrar a pressão."
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Pela 1ª vez desde 1990, time não corta por lesão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.