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Polícia decide assumir 2 estádios
Após conflito em Durban, empresa privada deixa segurança da arena local e da Cidade do Cabo
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Após o conflito de anteontem à noite em volta do estádio de Durban, depois da
partida entre Alemanha e
Austrália, a polícia sul-africana decidiu assumir a segurança interna das arenas de
Durban e da Cidade do Cabo.
Esses estádios estavam
sob a responsabilidade da
empresa privada Stallion Security. Segundo a polícia, a
contratação de seguranças
privados para controlar torcedores dentro dos estádios é
recomendação da Fifa -os
agentes do governo só poderiam atuar fora das arenas.
Assim, o COL (Comitê Organizador Local) fechou contratos com seguranças privados para o Mundial-2010.
Após o confronto, porém,
a Fifa foi ignorada e houve
uma mudança de planos na
proteção das arenas. O estádio de Port Elizabeth já estava nas mãos de policiais.
"A Fifa diz que tem de haver segurança privada dentro
do estádio. Se for necessário,
temos condições de cuidar
de tudo", afirmou Sally De
Boer, que é porta-voz da
polícia sul-africana.
A Stallion cuidava pelo
menos de Durban e Cidade
do Cabo. Mas seus homens,
de uniforme preto e chapéu
vermelho, já foram vistos em
outros locais, como os que
abrigam as Fan Fest.
QUESTÃO SALARIAL
No domingo à noite, em
Durban, a polícia entrou em
confronto com guardas da
própria Stallion, que protestavam por terem tido seus salários reduzidos.
Procurado, Brad Soekoe,
representante da empresa,
recusou-se a fazer comentários e disse que só o comitê
poderia falar sobre o tópico.
"Foi um problema entre a
empresa e os empregados",
defendeu Rich Mkhondo, diretor de comunicação do comitê, que dizia que, em princípio, a Stallion continuaria
na segurança dos estádios.
Mas não houve acordo entre o comitê e a empresa sobre os salários. Então, a polícia assumiu os estádios.
Não é uma questão nova a
ocorrência de problemas envolvendo empresas privadas
de segurança em jogos de futebol na África do Sul.
Na metade do ano passado, o COL já tinha tido uma
discordância com a mesma
Stallion sobre o valor a ser
pago aos seguranças na Copa
das Confederações. A empresa desistiu de trabalhar.
Anteontem, 300 seguranças protestaram. Alegavam
que havia a promessa de lhes
pagarem até R$ 350 por dia,
dependendo do cargo, quando só R$ 70 foram dados pela
Stallion. A polícia os conteve
com balas de borracha e
bombas de gás.
Pelo menos duas pessoas
ficaram feridas ao serem
atingidas, segundo testemunhas no local. A porta-voz da
polícia alegou que foi utilizada a "mínima força" possível
para conter a situação.
"Ainda estamos investigando os fatos", afirmou. Há
a possibilidade de prisão de
alguns dos manifestantes.
A Fifa não se pronunciou
sobre o fato nem seus representantes foram encontrados
ontem pela reportagem.
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