São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Solução na Copa, novo ônibus falha

Rea Vaya fura filas, mas peca pela espera no ponto e pela superlotação

DE JOHANNESBURGO

Apontado pelo governo sul-africano como a solução para o caos no trânsito durante a Copa, o transporte público de Johannesburgo apresenta problemas.
Ontem, após o jogo entre Holanda e Dinamarca no Soccer City, cerca de mil torcedores tiveram que ser transferidos para trens, por causa de uma paralisação de alguns motoristas do Rea Vaya, o novo sistema de corredores de ônibus da cidade.
Segundo Jackie Huntley, diretora da companhia, eles reclamavam de estarem trabalhando horas adicionais sem compensação.
Além disso, superlotação, poucos veículos e desinformação dos atendentes puderam ser constatados na manhã de ontem pela Folha.
A grande vantagem para o passageiro é que, quando finalmente chega, o ônibus é imbatível. O trajeto do centro da cidade até o Soccer City, por corredores exclusivos, foi percorrido ontem em 25 minutos. De carro, a viagem pode durar mais de três horas. "O sistema é bom, mas está acima da capacidade. Parece que não há ônibus suficientes", disse, espremido num dos veículos, o sul-africano Dino Rech, que ontem foi torcer pela Holanda.
A reportagem chegou à estação de Joubert Park, no Centro, às 10h30. O primeiro ônibus levou longos 45 minutos para passar. E não parou. A atendente do posto avisou que ele estava lotado. "Assim não pode", protestou o moçambicano Samuel Jacob, que esperava havia meia hora. Desorientados e tensos, os funcionários da estação não sabiam dizer quando viria o próximo veículo.
Foram mais 15 minutos de espera até um novo ônibus aparecer. Cerca de 40 passageiros subiram nele, que lotou. Eram 11h30 quando a viagem finalmente começou. Na estação seguinte, o problema se repetiu. O ônibus, superlotado, não parou.
Dentro dele, torcedores desabafavam tocando vuvuzelas. Cortando o trânsito, o Rea Vaya atravessou o sempre congestionado centro de Johannesburgo e desceu uma colina em direção a Soweto, onde fica o Soccer City. Dentro, os passageiros que estavam de pé inclinavam-se uns sobre os outros nas curvas.
O desconforto, ao menos, foi curto. Terminou às 11h55, quando o ônibus estacionou na estação em frente ao estádio.
(FÁBIO ZANINI)

Confira as imagens de um percurso feito no Rea Vaya
folha.com/mm750941


Texto Anterior: Exército ajuda na chegada à partida
Próximo Texto: Usar o corredor sai caro para os turistas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.