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Solução na Copa, novo ônibus falha
Rea Vaya fura filas, mas peca pela
espera no ponto e pela superlotação
DE JOHANNESBURGO
Apontado pelo governo
sul-africano como a solução
para o caos no trânsito durante a Copa, o transporte
público de Johannesburgo
apresenta problemas.
Ontem, após o jogo entre
Holanda e Dinamarca no
Soccer City, cerca de mil torcedores tiveram que ser
transferidos para trens, por
causa de uma paralisação de
alguns motoristas do Rea Vaya, o novo sistema de corredores de ônibus da cidade.
Segundo Jackie Huntley,
diretora da companhia, eles
reclamavam de estarem trabalhando horas adicionais
sem compensação.
Além disso, superlotação,
poucos veículos e desinformação dos atendentes puderam ser constatados na manhã de ontem pela Folha.
A grande vantagem para o
passageiro é que, quando finalmente chega, o ônibus é
imbatível. O trajeto do centro
da cidade até o Soccer City,
por corredores exclusivos, foi
percorrido ontem em 25 minutos. De carro, a viagem pode durar mais de três horas.
"O sistema é bom, mas está acima da capacidade. Parece que não há ônibus suficientes", disse, espremido
num dos veículos, o sul-africano Dino Rech, que ontem
foi torcer pela Holanda.
A reportagem chegou à estação de Joubert Park, no
Centro, às 10h30. O primeiro
ônibus levou longos 45 minutos para passar. E não parou. A atendente do posto
avisou que ele estava lotado.
"Assim não pode", protestou o moçambicano Samuel
Jacob, que esperava havia
meia hora. Desorientados e
tensos, os funcionários da estação não sabiam dizer quando viria o próximo veículo.
Foram mais 15 minutos de
espera até um novo ônibus
aparecer. Cerca de 40 passageiros subiram nele, que lotou. Eram 11h30 quando a
viagem finalmente começou.
Na estação seguinte, o problema se repetiu. O ônibus,
superlotado, não parou.
Dentro dele, torcedores desabafavam tocando vuvuzelas.
Cortando o trânsito, o Rea
Vaya atravessou o sempre
congestionado centro de Johannesburgo e desceu uma
colina em direção a Soweto,
onde fica o Soccer City. Dentro, os passageiros que estavam de pé inclinavam-se uns
sobre os outros nas curvas.
O desconforto, ao menos,
foi curto. Terminou às 11h55,
quando o ônibus estacionou
na estação em frente ao estádio.
(FÁBIO ZANINI)
Confira as imagens de um
percurso feito no Rea Vaya
folha.com/mm750941
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