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sem pizza
Justiça cancela títulos, rebaixa clubes e muda a cara do calcio
Juventus perde dois "scudetti" e cai, ao lado de mais duas equipes; cartolas não escapam de punição
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco dias depois da conquista do tetracampeonato
mundial, o futebol italiano foi
sacudido por uma sentença disciplinar em primeira instância
que mudou a história e o desenho de seu campeonato nacional -muito provavelmente o
mais glamouroso do planeta.
A Juventus, principal envolvida no escândalo de fabricação
de resultados e influência na
escalação de juízes na temporada 2004/2005, perdeu dois
"scudetti" (relativos às duas últimas temporadas), além de ser
rebaixada à Série B. Ali, iniciará
o duro caminho rumo à elite
com 30 pontos negativos.
Foi o primeiro rebaixamento
da história do clube, que completará 110 anos em 2007. Agora, a equipe -dona da maior e
mais fanática torcida do país-
ficou com 27 títulos nacionais.
A decisão do tribunal, comandado pelo juiz Cesare Ruperto, 81, atingiu ainda Fiorentina (rebaixada à Série B com
menos 12 pontos na classificação geral) e Lazio (também relegada à segunda divisão, com
pontuação negativa de sete).
O Milan, contra o qual havia
poucas provas processuais de
participação no esquema, escapou do rebaixamento, mas terá
de pagar uma pena de 15 pontos
no próximo Nacional. Além
disso, teve 44 pontos descontados da temporada passada e está fora da Copa dos Campeões.
A Justiça não deliberou sobre o destino dos títulos cassados, reivindicados pela Inter.
Outros 19 cartolas, árbitros e
assistentes tiveram penas de
até cinco anos de suspensão
-caso de Luciano Moggi, ex-diretor-geral da Juventus e pivô
do escândalo ao ser flagrado,
por um grampo, negociando a
escalação de juízes no torneio.
Todos os condenados têm a
partir de agora seis dias para
apresentar a apelação a uma
corte federal, última instância
dentro da Justiça Desportiva,
que terá até o dia 24 para tomar
sua decisão -no dia 25, a Uefa
fecha a lista de participantes
em suas competições.
"Fomos o único clube que
deu sinais de que queria mudanças. Não aceitamos a decisão, é impossível disputar um
torneio com 30 pontos a menos", afirmou o presidente da
Juventus, Giovanni Gigli.
Sua posição foi seguida pelos
representantes das outras
agremiações punidas, inclusive
o Milan, que sofreu a pena menos dura. "A decisão é extraordinariamente injusta e será reformada, tenho certeza", afirmou Silvio Berlusconi, presidente do clube e ex-premiê.
Ele foi uma das vozes que se
levantaram com mais fervor
em apoio a uma anistia do caso
em função da conquista, pela
Azzurra, do título mundial.
"As sentenças não se discutem, se respeitam", disse a ministra do Esporte, Giovanna
Melandri, em oposição ao crescente clamor pela clemência.
Esportivamente, o veredicto
de ontem -além de resgatar a
credibilidade do futebol campeão mundial- significou a
permanência na Série A de
Messina, Lecce e Treviso, que
haviam sido rebaixados. Na Copa dos Campeões, os representantes italianos deverão ser Inter, Roma, Chievo e Palermo.
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