São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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HANDEBOL

Cuba já registra um desertor nos Jogos

Rafael Capote, 19, deixou "há dias" a Vila e ninguém sabe o seu paradeiro

Atleta acaba listado como indisponível para jogo, mas sua deserção já era assunto na modalidade, até mesmo entre a seleção brasileira

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A delegação cubana no Pan do Rio já contabiliza o seu primeiro desertor. O defensor Rafael Capote, 19, da seleção masculina de handebol, deixou "há dias" a Vila Pan-Americana.
O atleta foi listado como indisponível para a partida de ontem à noite entre sua equipe e o Canadá, no Riocentro.
Na arena, estavam a seleção feminina do país caribenho e vários membros do estafe cubano. A Folha questionou vários deles sobre o paradeiro de Capote. Alguns respondiam que ele estava com febre. Outros que ele estava sim no recinto. Só que um integrante graduado da delegação disse à reportagem que Capote foi para a rua [em português mesmo] há vários dias e que não havia informações sobre o paradeiro.
A reportagem ligou cinco vezes para o telefone celular de Julio Christian Jiménez Molina, o chefe da delegação cubana no Pan carioca. Nas quatro primeiras, a ligação não foi atendida. Na quinta tentativa, o aparelho estava desligado.
A deserção de Capote era assunto havia alguns dias no handebol -membros da seleção brasileira masculina disseram que o assunto vinha circulando na Vila Pan-Americana desde a última quinta-feira.
Segundo jogador mais jovem da sua seleção, Capote tem o perfil de boa parte da delegação cubana, que viajou para o Rio com um grupo bastante renovado -a média de idade fica abaixo dos 23 anos.
O Pan marca a retomada do investimento cubano no esporte após anos de crise financeira da ilha de Fidel Castro.
Graças ao dinheiro farto da Venezuela, que estabeleceu um convênio esportivo com Cuba que rendeu quase US$ 40 milhões só em 2006, foram enviados quase 500 atletas para o Rio, ou cerca de cem a mais do que no Pan-2003, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, a poucas centenas de quilômetros de Cuba.
Este não é o primeiro caso de deserção em solo brasileiro de um cubano do handebol. Segundo Jordi Ribera, o espanhol que dirige o time brasileiro da modalidade, um caribenho fez o mesmo em uma série recente de amistosos entre os países.
Desde 91, ao menos 80 atletas abandonaram o país caribenho. Em Pans, o recorde foi registrado em Winnipeg-99, com 13 -na época, o jornal "The Winnipeg Sun" chegou a fazer um bolão e prometeu premiar o leitor que acertasse quantos cubanos iriam desertar.


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