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HANDEBOL
Cuba já registra um desertor nos Jogos
Rafael Capote, 19, deixou "há dias" a Vila e ninguém sabe o seu paradeiro
Atleta acaba listado como indisponível para jogo, mas sua deserção já era assunto na modalidade, até mesmo entre a seleção brasileira
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A delegação cubana no Pan
do Rio já contabiliza o seu primeiro desertor. O defensor Rafael Capote, 19, da seleção masculina de handebol, deixou "há
dias" a Vila Pan-Americana.
O atleta foi listado como indisponível para a partida de ontem à noite entre sua equipe e o
Canadá, no Riocentro.
Na arena, estavam a seleção
feminina do país caribenho e
vários membros do estafe cubano. A Folha questionou vários deles sobre o paradeiro de
Capote. Alguns respondiam
que ele estava com febre. Outros que ele estava sim no recinto. Só que um integrante
graduado da delegação disse à
reportagem que Capote foi para a rua [em português mesmo]
há vários dias e que não havia
informações sobre o paradeiro.
A reportagem ligou cinco vezes para o telefone celular de
Julio Christian Jiménez Molina, o chefe da delegação cubana
no Pan carioca. Nas quatro primeiras, a ligação não foi atendida. Na quinta tentativa, o aparelho estava desligado.
A deserção de Capote era assunto havia alguns dias no handebol -membros da seleção
brasileira masculina disseram
que o assunto vinha circulando
na Vila Pan-Americana desde a
última quinta-feira.
Segundo jogador mais jovem
da sua seleção, Capote tem o
perfil de boa parte da delegação
cubana, que viajou para o Rio
com um grupo bastante renovado -a média de idade fica
abaixo dos 23 anos.
O Pan marca a retomada do
investimento cubano no esporte após anos de crise financeira
da ilha de Fidel Castro.
Graças ao dinheiro farto da
Venezuela, que estabeleceu um
convênio esportivo com Cuba
que rendeu quase US$ 40 milhões só em 2006, foram enviados quase 500 atletas para o
Rio, ou cerca de cem a mais do
que no Pan-2003, realizado em
Santo Domingo, na República
Dominicana, a poucas centenas de quilômetros de Cuba.
Este não é o primeiro caso de
deserção em solo brasileiro de
um cubano do handebol. Segundo Jordi Ribera, o espanhol
que dirige o time brasileiro da
modalidade, um caribenho fez
o mesmo em uma série recente
de amistosos entre os países.
Desde 91, ao menos 80 atletas abandonaram o país caribenho. Em Pans, o recorde foi registrado em Winnipeg-99, com
13 -na época, o jornal "The
Winnipeg Sun" chegou a fazer
um bolão e prometeu premiar
o leitor que acertasse quantos
cubanos iriam desertar.
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