São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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VÔLEI

Bons presságios


Zé Roberto mostrou como se conduz uma crise, e Mari voltou à seleção mais madura e pronta para dar show no GP


CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

NÃO DÁ para deixar de ficar animada com o desempenho do Brasil no Grand Prix. Nos últimos seis jogos, o time beirou a perfeição. O que mais chamou a atenção foi a concentração das atletas, principalmente nos momentos decisivos. O desafio agora é manter esse padrão em Pequim. Vale lembrar que, desde os Jogos de 2004, essa equipe carrega o peso de "amarelar" nas decisões depois de perder a semifinal para a Rússia. Mas desta vez a seleção mostrou nova postura: soube controlar o nervosismo, a ansiedade e, nos cincos jogos da fase final, perdeu só um set. O torneio serviu para José Roberto Guimarães definir o time titular: Fofão, Sheilla, Thaisa, Walewska, Paula Pequeno, Mari e a líbero Fabi. Uma das novidades foi a entrada de Thaisa, de 1,96 m. Ela ganhou a posição de Fabiana e aumentou a força de bloqueio. A outra novidade foi a evolução de Mari na recepção. A linha de passe com Paula, Fabi e Mari tem funcionado bem. Com isso, o Brasil pode jogar com um time com poderio mais forte de ataque, com Paula e Mari nas pontas. Quem acompanhou os jogos do Brasil também deve ter ficar impressionado como o time está voando em quadra. A tese do técnico Zé Roberto, que não queria jogadoras de bumbum grande, foi seguida à risca. As atletas estão fininhas, mais fortes e muito mais rápidas. Mas o grande personagem desta coluna é Zé Roberto. Em julho de 2007, após a derrota para Cuba na final do Pan, ele cortou Mari do grupo. Não expôs a atleta e nem quis falar publicamente sobre os motivos do corte. Ela ficou fora do Sul-Americano e da Copa do Mundo. Neste ano, Zé Roberto procurou Mari. Os dois conversaram, resolveram as questões pendentes, e ela voltou à seleção. Mais madura após um ano na Itália, deu show em quadra. Foi quem mais evoluiu na seleção e, por merecimento, foi eleita a melhor jogadora do Grand Prix. Já Zé Roberto mostrou como se conduz uma crise: deu um tempo para que os ânimos serenassem, não se importou de procurar a atleta e não desperdiçou um talento.

DESFALQUE ITALIANO
A Itália perdeu uma titular: Antonella del Core. Ela está com problemas clínicos, que não foram divulgados, e não vai aos Jogos de Pequim. O técnico Massimo Barbolini testou algumas jogadoras na posição, mas não gostou. A seleção italiana sofreu três derrotas na fase final e acabou terminando em terceiro lugar no Grand Prix.

TROPEÇOS E SURPRESAS
A decepção foi a China, a quinta colocada. Dos cinco jogos na fase final, só venceu um. A surpresa foi Cuba. Ficou em segundo lugar, mesmo com a troca de socos entre duas jogadoras do time, Rosir Calderon e Daimi Ramirez.

cidasan@uol.com.br


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