São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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Jogadores que fracassaram no início do ano no qualificatório para os Jogos de Atenas reconquistam prestígio no Brasileiro e no exterior

Vilões pré-olímpicos voltam a valer ouro

RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles chegaram em alta ao Pré-Olímpico do Chile, em janeiro. Favoritos, fracassaram e viraram alvo de críticas no retorno ao país. Porém, no momento em que são disputados os Jogos de Atenas, eles voltam a ser valorizados.
O Campeonato Brasileiro e alguns dos principais torneios nacionais do planeta colocam agora os ""pipoqueiros" da malfadada seleção brasileira sub-23 do técnico Ricardo Gomes no pódio.
No primeiro turno do Nacional, o grande destaque foi o santista Robinho, acusado de brincar em demasia no Pré-Olímpico.
"Estou mais maduro e consciente do meu trabalho em campo. A minha resposta está sendo dada no Brasileiro com o primeiro lugar do Santos", disse Robinho, que fez 11 gols no Nacional.
Elano, seu companheiro de Santos, foi outro atleta que se desvalorizou no Chile e que depois se recuperou, levando o time da Vila Belmiro ao título simbólico de ""campeão de inverno" do Brasileiro. Ele anotou sete gols.
Dagoberto, no Atlético-PR, e Nilmar, no Internacional, também são destaques. O primeiro, que tem protagonizado belos lances individuais, não se firmou no ataque da seleção no Pré-Olímpico, mas nesta edição do Brasileiro está ao lado de Robinho na briga pela artilharia -fez 11 gols, como o ex-colega de time sub-23.
Já Nilmar, um dos atletas que menos renderam no qualificatório para Atenas, é a grande esperança da torcida colorada. Herói da virada de 2 a 1 sobre o Paraná no meio de semana, ele acha que a sua geração tem muito a evoluir.
"Todos são titulares em grandes times e já vêm mostrando o que podem fazer", afirmou o atacante.
Apesar do vexame de não ter levado o Brasil à Olimpíada, o desempenho dessa geração já rendeu bons lucros aos seus clubes e uma legião de jogadores alçou vôo ao futebol do exterior.
Além do meia Diego, campeão da Copa América negociado com o Porto, o lateral-direito Maicon, os zagueiros Rodolfo, Alex e Adaílton, o volante Paulo Almeida e o meia-atacante Daniel Carvalho foram ganhar espaço fora do Brasil -o volante Dudu Cearense e o atacante Marcel já haviam acertado suas mudanças para o exterior no Pré-Olímpico.
Veterano em campos europeus, apesar da pouca idade, Fábio Rochemback, de 22 anos, já passou pelo Barcelona e hoje é um dos principais jogadores do Sporting.
Outro que merece destaque é o lateral-esquerdo Maxwell. Titular no Ajax, ele se tornou uma referência para o time. Chegou a ser apontado o melhor atleta da última temporada na Holanda.
O próprio técnico da frustrada seleção nacional sub-23, Ricardo Gomes, conseguiu voltar à elite nacional. Assumiu o Fluminense, que foi o melhor time carioca na primeira metade do Nacional.
A geração que sucumbiu em janeiro no Chile pode mais uma vez repetir a geração que não conseguiu vaga nos Jogos de Barcelona em 1992. Cafu, Roberto Carlos e Márcio Santos são exemplos de ""pipoqueiros" de Pré-Olímpico que viraram campeões mundiais.



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