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FUTEBOL
Fantasma europeu põe mulheres à prova hoje
Ante a Noruega, seleção feminina desafia performance medíocre
BRASIL
Marta e companhia tentam avançar
às semifinais da Olimpíada, às 7h
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG
Para ter uma nova chance de
disputar o ouro, como fez há
quatro anos, em Atenas, a seleção feminina de futebol terá
que superar estilo de jogo que
ainda provoca enorme dificuldade para Marta e companhia.
Tanto nas quartas-de-final,
fase na qual joga hoje, às 7h,
contra a Noruega, e nas semifinais (caso avance terá Alemanha ou Suécia pela frente), o
Brasil irá desafiar seleções européias -no outro lado da chave da Olimpíada não há representantes desse continente.
Dado o histórico do time nacional contra rivais europeus,
isso preocupa. Nos Mundiais, o
Brasil é um gigante contra adversários que não sejam da Europa. Seu aproveitamento nesses confrontos fica em 75%. A
média de gols pró é de quase
três por jogo, e a sofrida, só um
pouco superior a um por partida. São sete vitórias seguidas,
sendo que na última edição, em
2007, goleou EUA, carrasco nacional na decisão da Olimpíada
de Atenas, e China, poderosos
do futebol feminino.
Quando do outro lado do
campo está um adversário do
continente onde o futebol feminino, de um modo geral, é
mais desenvolvido, o retrospecto vira. Nos Mundiais, a performance brasileira contra os
europeus cai para 45%. O saldo
de gols é negativo (1,27 gol pró
por partida e 1,55 contra).
Em Olimpíadas, por duas vezes o Brasil teve chance de conquistar o bronze, em 1996 e
2000, mas em ambas ocasiões
perdeu para europeus -em
Atlanta, foi batido pela Noruega, seu rival hoje em Tianjin.
Nestes Jogos, o Brasil já empatou com a Alemanha, para
quem perdeu na final do Mundial do ano passado. Depois,
saiu vitorioso contra um asiático, Coréia do Norte, e um africano, Nigéria. Em todos os jogos o time esteve longe de apresentar futebol brilhante. Jogadoras e treinador reconhecem
que a equipe precisa evoluir.
"O time não pode começar
sonolento. As jogadoras estavam nervosas e falando muito",
disse a atacante Cristiane sobre
o jogo contra a Nigéria, quando
o Brasil saiu perdendo e acabou
virando com três gols dela.
"O passe está ruim, e isso
causa um vácuo no meio. Se
corrigirmos isso, obrigaremos
as adversárias a correrem mais,
e vamos aproximar mais nosso
meio das atacantes", falou o
técnico Jorge Barcellos.
Com só um gol na primeira
fase, Marta, duas vezes melhor
do mundo, diz não estar preocupada com o baixo número de
gols. "Estou trabalhando para
abrir espaço para as outras."
Colaborou EDGARD ALVES,
enviado especial a Pequim
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