São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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FUTEBOL

Fantasma europeu põe mulheres à prova hoje

Ante a Noruega, seleção feminina desafia performance medíocre

BRASIL
Marta e companhia tentam avançar às semifinais da Olimpíada, às 7h

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG

Para ter uma nova chance de disputar o ouro, como fez há quatro anos, em Atenas, a seleção feminina de futebol terá que superar estilo de jogo que ainda provoca enorme dificuldade para Marta e companhia. Tanto nas quartas-de-final, fase na qual joga hoje, às 7h, contra a Noruega, e nas semifinais (caso avance terá Alemanha ou Suécia pela frente), o Brasil irá desafiar seleções européias -no outro lado da chave da Olimpíada não há representantes desse continente. Dado o histórico do time nacional contra rivais europeus, isso preocupa. Nos Mundiais, o Brasil é um gigante contra adversários que não sejam da Europa. Seu aproveitamento nesses confrontos fica em 75%. A média de gols pró é de quase três por jogo, e a sofrida, só um pouco superior a um por partida. São sete vitórias seguidas, sendo que na última edição, em 2007, goleou EUA, carrasco nacional na decisão da Olimpíada de Atenas, e China, poderosos do futebol feminino. Quando do outro lado do campo está um adversário do continente onde o futebol feminino, de um modo geral, é mais desenvolvido, o retrospecto vira. Nos Mundiais, a performance brasileira contra os europeus cai para 45%. O saldo de gols é negativo (1,27 gol pró por partida e 1,55 contra). Em Olimpíadas, por duas vezes o Brasil teve chance de conquistar o bronze, em 1996 e 2000, mas em ambas ocasiões perdeu para europeus -em Atlanta, foi batido pela Noruega, seu rival hoje em Tianjin. Nestes Jogos, o Brasil já empatou com a Alemanha, para quem perdeu na final do Mundial do ano passado. Depois, saiu vitorioso contra um asiático, Coréia do Norte, e um africano, Nigéria. Em todos os jogos o time esteve longe de apresentar futebol brilhante. Jogadoras e treinador reconhecem que a equipe precisa evoluir. "O time não pode começar sonolento. As jogadoras estavam nervosas e falando muito", disse a atacante Cristiane sobre o jogo contra a Nigéria, quando o Brasil saiu perdendo e acabou virando com três gols dela. "O passe está ruim, e isso causa um vácuo no meio. Se corrigirmos isso, obrigaremos as adversárias a correrem mais, e vamos aproximar mais nosso meio das atacantes", falou o técnico Jorge Barcellos. Com só um gol na primeira fase, Marta, duas vezes melhor do mundo, diz não estar preocupada com o baixo número de gols. "Estou trabalhando para abrir espaço para as outras."

Colaborou EDGARD ALVES, enviado especial a Pequim



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