Leve, e mais treinada que outras equipes que representaram o país, seleção melhora no segundo tempo

DO ENVIADO A SHENYANG

Na Copa da Alemanha, o clima não era tão quente e o ar era limpo. Mas os jogadores eram pesados, os treinos pouco intensos, e o Brasil fracassou.
Na Olimpíada de Pequim, o calor e a poluição são sufocantes, mas o time de Dunga, que amanhã, às 7h, decide uma vaga nas semifinais contra Camarões, é leve, treina acima da média para uma seleção, e o resultado disso é que até agora sobra o fôlego que falta para os rivais no segundo tempo dos jogos.
Dos nove gols brasileiros, seis foram no segundo tempo, quando o time decidiu o jogo contra a Bélgica e construiu a goleada sobre a Nova Zelândia e fez dois contra a China.
Nenhum dos times nas quartas-de-final balançou tanto a rede nos 45 minutos finais como o Brasil. Na primeira metade do jogo, os comandados de Dunga ficam atrás da Itália, que marcou quatro vezes nessa parte das partidas nos Jogos.
Mais jovem, o time olímpico tem muitos quilos a menos do que o Brasil na Copa-2006.
Naquela ocasião, Ronaldo se apresentou com 95 kg, e Adriano, com quase 100 kg para os treinos em Weggis (Suíça). O IMC (índice de massa corporal) dos dois era classificado como "leve obesidade". Puxada pelos dois, a média dos jogadores de meio-campo e ataque ficava em 25,51 (o limite é de 25).
No time olímpico, os titulares desses setores, sempre considerando peso e altura fornecidos por seus clubes ou para a Olimpíada, fica em 23,20.
Dos seis jogadores do ataque e do meio, o único que não tem um peso declarado abaixo dos 80 kg é Ronaldinho -o Milan diz que ele tem esse peso.
O meia-atacante está melhor do que há um mês, quando tinha corpo roliço e vestia roupas largas. O preparador físico da seleção, Paulo Paixão, diz que uma boa alimentação e os treinos o fizeram perder quilos.
No meio-campo, a leveza é a marca do Brasil olímpico. Dos três volantes, o mais pesado é Hernanes, com 76 kg. No ataque, Ronaldinho joga com Alexandre Pato, cujo índice de massa corporal que fica abaixo de 22 -pesa 71 kg para 1,80 m.
Os jogadores dizem que a condição física pode sim ser decisiva no mata-mata da Olimpíada. "Estamos muito bem preparados. Isso vai pesar a nosso favor", afirma Lucas.
Contra Camarões, o Brasil terá de volta Rafinha, Alex Silva, Hernanes e Anderson.
Brasil e Camarões treinaram ontem nos campos anexos ao estádio olímpico. Os africanos esbanjam confiança. Cada lance de efeito de seus atletas era saudado com um "jogo bonito", frase da Nike. "O Brasil terá problemas com a gente", disse o técnico Martin Ndtoungou, remanescente de 2004.
(PC)

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