São Paulo, sábado, 15 de agosto de 2009

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Inglês se abre para o mundo ver

Em 20 anos, houve aumento de 682% no número de estrangeiros, se considerados os 20 times da elite

Com o investimento pesado do Manchester City e a saída de Cristiano Ronaldo, liga ganha equilíbrio, o que falta em torneios concorrentes

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só para inglês ver.
O Campeonato Inglês começa hoje sua temporada tendo como grande atração a globalização e o equilíbrio dos times.
Há 20 anos, quando ainda não havia sido criada a badalada Premier League, os 20 times que disputam nesta temporada a primeira divisão tinham conjuntamente 34 jogadores não britânicos. Na edição que começa hoje, são 266 forasteiros, de todos os continentes.
Na temporada 1989/1990, por exemplo, não havia asiático jogando, ninguém contava com atleta da América do Norte em seu elenco, não tinha nenhum brasileiro atuando. O atacante Mirandinha, um pioneiro ao se transferir 1987 para o Newcastle, saiu no início de 1989.
Se houve aumento de 682,3% de gringos em duas décadas nos clubes que hoje estão na elite da Inglaterra, caiu 41,3% o número de jogadores britânicos nessas equipes, que antes encontravam barreiras na legislação e no conservadorismo para contratar estrangeiros.
Hoje, alguns dos principais times contam com treinadores e proprietários de outras nacionalidades. O Chelsea, do magnata russo Roman Abramovich, após uma experiência infeliz com o técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, agora aposta no italiano Carlo Ancelotti.
Franceses (Arsène Wenger) e espanhóis (Rafael Benítez e Roberto Martínez) já vêm dando boa contribuição nos últimos anos para a internacionalização e a consequente mudança de estilo de jogo dos clubes.
Um campeonato nacional que começou a ser disputado em 1889 pensando só no mercado interno ficou isolado por quase um século até se transformar, a partir de 1992, num fenômeno de mídia e de marketing dos tempos modernos.
Em época de crise global, a liga terá agora um grande teste. Exceção feita ao Manchester City, que é bancado pelo Abu Dhabi United Group, os clubes não investiram tão pesado como nas últimas temporadas. O time que levou Robinho em 2008 gastou agora mais de R$ 270 milhões em reforços.
Mas, se o Manchester United perdeu o português Cristiano Ronaldo (mas ganhou 94 milhões, recorde mundial em uma transação) e o Liverpool ficou sem o espanhol Xabi Alonso (também foi para o Real Madrid), o equilíbrio volta a imperar na terra da rainha.
Após o tricampeonato conquistado pela equipe de Sir Alex Ferguson, pelo menos cinco times ousam lutar pelo topo. Não há outra liga nacional europeia com tal "plus".


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