São Paulo, sábado, 15 de agosto de 2009

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MOTOR

Sonhar é de graça


Olhares de Schumacher na entrevista em que falou sobre as dores no pescoço eram de "ainda vou voltar"


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

É PRECIPITADO decretar, hoje, que Schumacher foi derrotado pelo próprio pescoço. Tomou um tombo, é verdade. Mas "derrota" parece ser forte demais.
Porque trata-se de Schumacher. E na mesma medida em que isso influiu no tombo, com sua presumível crença de que voltaria e arrasaria, é um enorme indício, uma quase certeza de que lutará para se reerguer.
Há 16 dias, este colunista começou assim uma análise sobre o retorno do alemão: "Se olhares passam recados, os de Michael Schumacher nos últimos dois anos e meio gritavam de angústia. Angústia de quem tomou uma decisão pensada, discutida com a família, que considerava certa na hora certa. Mas da qual, em vários momentos, se arrependeu".
Na mesma linha: se olhares passam recados, os de Schumacher, na entrevista coletiva em Genebra, na quarta-feira, eram de profunda irritação, de contrariedade por ter de admitir que superestimou sua condição física, por ter de assumir publicamente que não é o mesmo daquele GP de adeus, Interlagos-2006.
Eram olhares de "fiquei mordido, ainda vou voltar, vocês vão ver".
Impressões de lado, aos fatos.
Em nenhum momento, a escuderia confirmou que ele voltaria em Valencia. O título do comunicado divulgado pela equipe em 29 de julho era "Ferrari pretende colocar Schumacher no carro de Massa". No texto, a equipe ressaltava que o alemão passaria por um período de testes físicos, ao fim do qual sua participação no GP poderia ser anunciada. A mesma sutileza esteve presente na tal entrevista de Genebra. Questionado sobre a chance de voltar em outra prova do campeonato, Schumacher despistou, disse algo como "F-1 vive de especulações". Já seu médico, menos tarimbado com as pegadinhas dos repórteres, declarou que, é claro, a possibilidade existe.
Há ainda o lado de Massa. O brasileiro retirou o último ponto da testa na segunda-feira, mas ainda está em regime de repouso. Mais: a Ferrari já dá o ano como perdido e não cobra nenhuma pressa, pelo contrário.
Como salvar o ano? Com Schumacher em Monza. É só um palpite.

NELSINHO-2010
Depois de chamar Briatore de "carrasco", Nelsinho disse que sua irmã entende mais de carro do que o ex-chefe. Numa F-1 em que os dirigentes se atacam em público, mas fazem negócios nos subterrâneos, parece sinal de que o brasileiro já tem algo no bolso do macacão para 2010. Do contrário, estaria quieto.

RENAULT-2009
Falando em Renault, a Corte de Apelações da FIA decide na segunda se mantém a hipócrita punição à equipe ou se a libera para correr em Valencia. Só então, Briatore deve anunciar Grosjean e falar sobre a saída de Nelsinho -até agora não comunicada oficialmente, diga-se.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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