São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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JUCA KFOURI

Efeito Mano?


As belas atuações "brasileiras" nos EUA e no México significam uma mudança de rumos?


O BRASILEIRAS ENTRE aspas se justifica pela presença de argentinos no Inter que sufocou e virou para cima do Chivas na primeira finalíssima da Libertadores, em Guadalajara.
Mas em que medida a atuação da seleção, horas antes, também na América do Norte, influenciou a coragem colorada de agredir o anfitrião de uma maneira que foge não só aos padrões de Celso Roth como até mesmo da escola gaúcha de futebol?
Escola que tem sido representada por seus técnicos não é de hoje na seleção, com João Saldanha, Oswaldo Brandão, Cláudio Coutinho, Luiz Felipe Scolari, Dunga e, agora, Mano Menezes. A ponto, aliás, de um amigo chamá-la de "tchêleção".
Pois também Mano nunca foi exatamente um ofensivista, ao contrário, embora não possa ser chamado de retranqueiro. Mas sempre foi cauteloso, principalmente em jogos fora de casa, prática que o levou a ser criticado no Grêmio e a perder uma Copa do Brasil com o Corinthians, embora, no ano seguinte, com um time melhor, tenha encurralado o Inter no Beira-Rio até fazer 2 a 0 e garantir o título, que acabou vindo num empate de 2 a 2.
O Santos, na Vila, pouco antes, sentira o mesmo efeito, na decisão do Paulistinha, naquela memorável tarde de Ronaldo.
Talvez o segredo esteja aí: o Corinthians de 2009 era melhor que o de 2008 e, com mais time, Mano pôde ser mais ousado.
Como a seleção que dirigiu nos EUA era muito melhor do que o Corinthians de 2009, quem sabe Mano não tenha mostrado uma face que desconhecíamos, diferentemente de seu jeito educado, com alguns deslizes compreensíveis.
É certo, no entanto, que, como a sua seleção não disputará eliminatórias, não saberemos como ele se comportaria jogando fora de casa e nem mesmo na Copa do Mundo...
Seja como for, tomara que Roth tenha se inspirado em Mano, que manteve o jeito de Dorival Jr., e, oxalá, inspire Muricy Ramalho, Adilson Batista, Cuca, Felipão, porque, justiça se faça, Luxemburgo sempre foi adepto do futebol para a frente e bonito.
Veremos se este domingo de futebol nos dará alguma pista alvissareira neste sentido.

JUSTIÇA FEITA
E por falar em Justiça, eis que o Instituto Wanderley Luxemburgo, quebrado como aqui se anunciou dois anos atrás e motivou uma irada, deseducada e mentirosa carta de seu patrono ao "Painel do Leitor", começa a ser condenado na Justiça a ressarcir os franqueados que se sentiram enganados.

blogdojuca@uol.com.br


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