TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FORT WORTH

Hélio Castro Neves, 27, tenta engordar seu currículo no automobilismo hoje, a partir das 16h, no GP do Texas, 15ª e última etapa da IRL (Indy Racing League).
O brasileiro pode se tornar o primeiro piloto do país a conquistar o título da categoria. Pode também ser o primeiro a vencer as 500 Milhas de Indianápolis e a IRL na mesma temporada. E ainda tem a oportunidade de dar o campeonato à equipe Penske em seu ano de estréia na categoria.
"Cauteloso", como ele mesmo se define, Castro Neves prefere não criar expectativas para a prova desta tarde. "Prova em oval é sempre uma loteria. Prefiro esperar a bandeirada", disse à Folha enquanto se preparava para treinar no Texas Motor Speedway.
"Prefiro não contar com o título e ser surpreendido do que ficar decepcionado mais tarde."
Sua missão realmente não é das mais fáceis. Com 12 pontos de desvantagem para o americano Sam Hornish Jr., líder do campeonato, Castro Neves precisa marcar 13 pontos a mais que o adversário para ficar com o título -o piloto da Panther leva vantagem no critério de desempate.
Ontem, no treino que definiu o grid de largada, o brasileiro ficou em décimo -Vítor Meira fez a pole, e Hornish larga em terceiro. "Fiquei muito decepcionado porque esperava ficar entre os seis primeiros", disse. "Mas acho que largar atrás do Hornish pode ser bom. Ele pode ficar muito confiante e se atrapalhar."
O piloto da Penske diz que não esperava estar em uma situação tão boa no início do ano. "Claro que nós sempre trabalhamos para chegar até aqui, mas não sabia como isso terminaria." Bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis, vencedor de seis provas na Indy (categoria que disputou até o ano passado) e ganhador de uma corrida da IRL neste ano, Castro Neves diz que ainda sente "um friozinho na barriga" por estar na disputa pelo título.
"Toda decisão é importante, e não é sempre que você é um dos concorrentes. Acho muito legal ainda estar na luta pelo título na última corrida do ano", afirmou.
Apelidado de Homem-Aranha por escalar os alambrados após cada vitória, o brasileiro diz que não preparou nenhuma comemoração especial se ficar com o título. "Acho que vou manter a tradicional, que tem dado certo."