São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2006

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Quase, de novo

São Paulo é vice pela 3ª vez em 2006

Após fracassar no Paulista e na Libertadores, time empata com Boca Juniors, que conquista a Recopa Sul-Americana

MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem forças para chegar a um 4 a 2 salvador, o São Paulo teve que se conformar com a festa azul e amarela do Boca Juniors no centro do campo quando Oscar Ruiz decretou o fim.
Virou refém dentro do seu próprio estádio, já que o cerimonial da Conmebol obrigava o vice-campeão a enfrentar sua medalha de prata em campo -e a persistência de uma má fase que se reflete no Brasileiro.
A torcida são-paulina não deu muita bola para a Recopa. No estádio, nem 20 mil pagantes presenciaram -e desconte-se uma presença de mais de 3.000 auriazuis. Para Muricy Ramalho, cada vez mais contestado, cada vez mais chamado de "burro", porém, valeu o desgaste de ver seu time ser vice mais uma vez.
Depois do segundo posto no Paulista e na Libertadores, o líder do Brasileiro empatou com o Boca Juniors no Morumbi. Com 16 taças, os visitantes se tornaram os maiores vencedores de torneios internacionais, superando Independiente, Milan e Real Madrid, cada um com 15 troféus.
Foi também o fecho de ouro da era de Alfio Basile no time mais popular da Argentina. O técnico, que trabalhará para a seleção argentina, conquistou dois Argentinos, uma Sul-Americana e a Recopa de 2005.
Em campo, nenhum jogador parecia mais disposto a conquistar esse título que o ala-direito Souza. O jogador abusou dos dribles pela direita, atraiu a marcação de Marino e Cardozo para si e virou um pesadelo que, aos 34min, se tornou real para o Boca Juniors.
Num lançamento milimétrico, inverteu o jogo para Júnior na esquerda. De biquinho, o lateral tocou para o fundo das redes de Bobadilla e ajudou a melhorar um jogo até então fraco.
Fraco porque o São Paulo dominava, mas tinha só um atacante de ofício, Thiago, que caía pelas pontas, deixando a área do Boca tranqüila. Lenílson e Danilo não incomodaram.
E fraco porque o Boca, que jogava retraído e com dificuldade para sair no contra-ataque, tinha só uma jogada de perigo, com Palacio pela direita.
Foi com ele que o Boca chegou ao empate, numa linha de passe na área são-paulina. Após lançamento da intermediária, Palermo cabeceou para Palacio no meio da área. Sozinho, ele tocou de cabeça para a rede aos 40min do primeiro tempo.
No segundo tempo, Basile sacou Marino para entrada de Dátolo, tentando fortalecer seu lado esquerdo. Foi quando Souza deixou de ser perigo.
No São Paulo, a torcida clamava por mais um atacante -Alex Dias- a partir dos 11min. Oito minutos depois, Muricy cedeu. No seu primeiro lance, Alex Dias não fez jus ao clamor. Dominou na direita, cortou e chutou para a lateral.
Aos 31min, porém, o atacante Martín Palermo deu o golpe de misericórdia no Morumbi. Em jogada individual, deixou Fabão no chão e chutou forte, vencendo Rogério.
O resultado obrigava o São Paulo a fazer pelo menos três gols para conquistar a taça. Numa jogada de Thiago, aos 41min, Rodríguez chutou contra as próprias redes, empatando a partida em 2 a 2.
Ao São Paulo, restará fixar sua meta no Campeonato Brasileiro. No domingo, enfrentará o vice-líder Internacional, três pontos atrás, precisando vencer para se manter à frente com tranqüilidade.


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