São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2006

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Kia fala a jornal inglês que não gerencia mais MSI

"Eu fui o gerente da companhia, mas não comento mais sobre ela", afirmou o presidente da parceria ao "Guardian'

Empresa não comenta o assunto e diz que iraniano ainda é oficialmente o chefe; corintianos dizem esperar o anúncio da saída


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Kia Joorabchian falou mais uma vez, agora de forma mais contundente, sobre sua saída da MSI. Em entrevista ao diário britânico "The Guardian", ele admitiu não mais fazer parte da empresa que controla o futebol do Corinthians. "Eu fui o gerente da companhia, mas não posso mais comentar sobre a MSI", disse o iraniano.
A reportagem do "Guardian" abordou a investigação de autoridades brasileiras à parceria entre o fundo de investimentos e o clube brasileiro.
Lembra que o grupo representado por Kia e interessado na compra do time londrino West Ham, para onde foram os ex-corintianos Tevez e Mascherano, é suspeito de usar o futebol para lavar dinheiro, como apontou relatório do Ministério Público de São Paulo.
A investigação, agora, está a cargo do Ministério Público Federal. Ao "Guardian", Kia negou qualquer irregularidade e se recusou a fornecer o nome dos investidores da MSI.
A assessoria de imprensa da empresa não quis comentar a declaração de Kia ao diário.
Mas, segundo a Folha apurou, Kia deve deixar oficialmente o negócio. Seus aliados dizem que o nome dele ainda consta como presidente da MSI Licenciamentos no certificado de registro da empresa na Junta Comercial de São Paulo. Paulo Angioni, homem de Kia para o futebol, retirou seu nome da empresa.
Em Londres, o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, não ficou surpreso com a declaração de Kia. Ele diz que o iraniano já está fora do negócio e que só aguarda um comunicado oficial. Segundo ele, a participação de Kia nas reuniões em Londres restringe-se a tentar solucionar problemas gerados durante sua gestão, como o caso do atacante Nilmar, que está sem contrato com o clube.
Pessoas ligadas ao iraniano, que deixou o Brasil há mais de três meses, dão outra versão. Contam que o comportamento de Kia em relação à empresa não mudou. Ele continua telefonando para saber do time e fala com freqüência com Angioni e Cilson Fischer, funcionário da MSI (Media Sport Investment) que cuida de questões financeiras da parceria.
Kia tem comentado que, se sair oficialmente, não será por decisão do presidente corintiano, mas por vontade própria.
O destino de Kia, que assumiu os negócios de sua família em decorrência da morte de seu pai recentemente, pode ser o West Ham. O iraniano ofereceu cerca de R$ 843 milhões pela compra do clube no ano passado. Segundo o "Guardian", uma nova proposta deve ser feita em breve.
A repentina ida de Tevez e Mascherano para o clube londrino e a possibilidade de aquisição da equipe por Kia intrigou a Uefa. O presidente da entidade que comanda o futebol europeu, Lennart Johansson, classificou o negócio como "estranho" e defendeu investigação por parte das autoridades.


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