São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - paulovinicius@uol.com.br

Gol de centroavante

ADÍLSON BATISTA duvidou, ao saber, no início da semana, que Luxemburgo treinava Diego Souza como atacante, para substituir os suspensos Alex Mineiro e Kléber: "Ele não vai fazer isso, porque o Diego Souza não tem velocidade".
Adílson pagou para ver e perdeu. Mas a primeira vitória do Palmeiras sobre o Cruzeiro no Mineirão em 34 anos não foi conquistada pelo ataque. Veio da defesa.
No meio do primeira etapa, o estreante Thiago Ribeiro começou a ganhar o duelo com Martinez, escalado como terceiro zagueiro para marcá-lo. Thiago saía da área, e Martinez não o acompanhava. No espaço que sobrava, o Cruzeiro criava chances de gol.
O Palmeiras não mudou a marcação, enquanto Luxemburgo não se levantou do banco, esgoelando-se. Pedia que Léo Lima invertesse com Martinez. Léo marcaria Thiago Ribeiro. Martinez e Gustavo cuidariam de Wagner, que se infiltrava como atacante.
No fim do primeiro tempo, com a marcação finalmente acertada, o Palmeiras começou a sair pelos lados do campo, até o cruzamento de Sandro Silva alcançar Diego Souza. Gol típico de centroavante.
Há tempos, Luxemburgo devia atuação à altura de quem é chamado de "o melhor técnico do Brasil". Ontem, viu seu time ser massacrado no segundo tempo, mas teve dois momentos de brilho: a aposta em Diego Souza e a mudança na defesa.
Não que Diego Souza fosse o substituto perfeito para Alex Mineiro e Kléber. A opção de Luxemburgo se deve à carência de reservas.
Quando faltam Alex Mineiro e Kléber, autores de 46% dos gols da equipe, as únicas opções são Jorge Preá e Thiago Cunha, ex-Iraty. Luxemburgo testou Thiago Cunha nos primeiros treinos da semana. Percebeu que o elenco mais caro do Brasileirão não tem reserva para a 9. O jeito era improvisar Diego Souza.
Nas cinco campanhas de título brasileiro, Luxemburgo teve momentos surpreendentes. Em 93, recuou Evair para o meio-campo e escalou Edmundo e Edílson como atacantes. Em 94, barrou Amaral e transformou Flávio Conceição em titular. No Mineirão, a aposta não parecia consistente. Mas é o gol de centroavante de Diego Souza que deixa o Palmeiras na rota do título.

O LÍDER PÁRA
O melhor aproveitamento nesse critério não é mais do Grêmio, líder. O Palmeiras marcou 37% de seus gols de bola parada, contra 34% dos gremistas. Diante do Goiás, no Olímpico, o time de Celso Roth confiou em Souza como homem de criatividade e deu espaços para os contra-ataques do rival. Caiu.

O SÃO PAULO ANDA
Uma diferença entre o São Paulo bicampeão de 2006/ 2007 para o atual é o aproveitamento de bola parada. Dos seis mais bem colocados na tabela, o tricolor paulista é quem registra o índice mais baixo: 17%. Contra o Flamengo, no Morumbi, o São Paulo ganhou a partida com dois gols de bola rolando.

VOLANTE
Luiz Felipe Scolari foi o homem que transformou Belletti em lateral-direito campeão do mundo, em 2002. Agora, impediu a transferência de seu velho pupilo do Chelsea para o Benfica e faz Belletti voltar às origens. Com a lesão de Essien, é como volante que Felipão tem aproveitado o campeão mundial pela seleção brasileira. Seu time joga com um volante só, três meias e problemas táticos que Belletti pode resolver se for o segundo volante.


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