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Após perder pai para o tráfico, jogadora quer dar alegria à mãe
DO RIO
Uma já morou em abrigo.
Outra teve o pai assassinado
por traficantes. A maioria
mora em comunidades conflituosas de Rio e São Paulo.
Selecionadas apenas para
a Copa do Mundo dos sem-teto, as jogadoras da seleção
feminina de futebol vão usar
a competição para tentar virar ""boleiras profissionais".
Caçula da equipe, Juliana
Regina, a Ronaldinha, 16,
mora numa casa de um cômodo na favela do Caramujo,
uma das comunidades mais
violentas de Niterói.
Ela divide a casa com a
mãe, empregada doméstica
que recebe R$ 250 mensais.
Seu pai foi assassinado
quando ela tinha quatro
anos. "Ele morreu de bala.
Dizem que estava metido
com o tráfico", conta.
A garota não esconde que
vive ""com dificuldade", mas
acredita que o futebol vai
transformar a vida dela.
""Pessoal me viu jogando
futebol e eu fui levada para
fazer uns testes na Inglaterra.
Minha mãe chorou de alegria. Tenho certeza de que o
futebol vai dar muitas outras
felicidades para ela", disse
Ronaldinha, que não teve
êxito em campos ingleses.
A mais experiente do time,
Tatiane Moraes Bispo, 20, foi
obrigada a viver num abrigo
aos 12 anos de idade "por
problemas financeiros", mas
conta que morou no exterior.
Aos 18 anos, ela foi jogar
no futebol suíço. Pretende
continuar lá fora, mas foi
obrigada a retornar ao Brasil
por não ter visto de trabalho.
Voltou a morar em Gardênia
Azul, zona oeste do Rio, área
comandada por milicianos.
""O futebol já me mostrou
que a vida pode ser bem diferente. Não escondo que quero fazer um bom campeonato
para conseguir um novo emprego", disse Tatiane.
(SR)
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