São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Palmeiras de Scolari bate mais

Com o técnico, time, que visita o Grêmio hoje, amplia número de faltas e tem mais expulsos

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

A falta de qualidade na execução dos fundamentos do futebol é uma das principais reclamações do técnico Luiz Felipe Scolari em relação ao elenco do Palmeiras. Uma de suas missões tem sido instruí-los para melhorar.
Mas, após 13 partidas, o treinador só conseguiu ensinar o Palmeiras a marcar forte e bater. Ofensivamente, seu impacto foi quase nulo.
É o que mostra a comparação dos números do Datafolha do time sob o comando de Scolari e antes dele.
Desde sua estreia, na nona rodada do Brasileiro, o Palmeiras tem média de desarmes de 135,1 por jogo. É o melhor no fundamento. E bem acima dos 114,4 obtidos nas oito partidas anteriores.
Essa pegada palmeirense, característica dos times de Scolari, reflete-se em uma maior violência em campo.
A média de faltas por jogo do Palmeiras com o atual técnico é de 20 por jogo. Um crescimento em relação às 15,1 por partida das gestões anteriores, quando o time era um dos que menos batiam.
Assim, a equipe é mais punida pelos árbitros. Com o novo treinador, o Palmeiras é o time com o maior número de expulsos no período -são cinco. Antes dele, só um. A média de cartões amarelos também subiu. Era de 1,75 por jogo e atingiu 2,2 agora.
Scolari vê no adversário de hoje, o Grêmio, um time também bastante pegador.
"A principal dificuldade, naturalmente, é a qualidade do Grêmio, o ressurgimento do estilo gaúcho que o Renato [treinador] imprime no Grêmio atualmente e que já está obtendo resultados", disse ele ao site do clube.
Se conseguiu implantar a marcação forte no Palmeiras, Scolari não melhorou o desempenho nos fundamentos ofensivos em sua equipe.
O acerto de passes se manteve estável, em torno de 79%, um desempenho apenas mediano no geral.
A pontaria até piorou: era de 40,5% e caiu para 36,4% de conclusões certas no gol. E são poucas as finalizações, em torno de 12 por jogo. O Palmeiras até tem boa média de acerto de cruzamentos, 25,2%, mas tenta pouco a jogada em relação aos rivais.
"A segunda grande dificuldade [para pegar o Grêmio] é a nossa ansiedade por vitórias, por gols, que nos faz cometer erros que não cometeríamos se estivéssemos em posição boa na tabela. Isso é que nós vamos ter que superar", analisou o treinador.
Fora a parte técnica, o jogo tem um elemento emocional para Scolari. Voltará ao Olímpico, onde se consagrou, após dez anos -dirigiu o Cruzeiro, em 2000, na arena.
Admitiu que até sua família é dividida entre gremistas e palmeirenses. Para voltar a reviver boas emoções no time alviverde, Scolari terá de se acertar com o fator técnico.


Texto Anterior: Índia aposta em dupla da era Kuerten
Próximo Texto: Treinador vira novo tutor da base do clube
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.