São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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PARAOLIMPÍADA

Presidente se despede com "Até Pequim"

Lula recebe medalhistas e sugere reencontro no segundo mandato

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao receber os atletas paraolímpicos no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou-os e disse esperar vê-los em Pequim, sede da próxima Olimpíada, em 2008. Seu mandato termina em 2006. Para recebê-los novamente no Planalto, Lula terá de se reeleger.
Na cerimônia, realizada ontem com os atletas que participaram da Paraolimpíada de Atenas, o presidente disse, na despedida: "Meus parabéns e, quem sabe, até Pequim". Afirmou que "ninguém é tão deficiente que não possa fazer alguma coisa a mais do que está fazendo".
"Vocês deram uma lição a muita gente. Deram uma lição àqueles que pensam que não são deficientes e que por isso pensam que são superiores àqueles que são portadores de alguma deficiência."
Estiveram no evento 55 medalhistas e representantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Em Atenas, o Brasil alcançou seu melhor desempenho: 33 medalhas para uma delegação de 98 atletas.
Diferentemente do dia em que estiveram no Palácio do Planalto os atletas olímpicos, ontem não havia muitos convidados nem filhos de funcionários.
O atleta mais assediado foi o nadador Clodoaldo Silva, que ganhou seis medalhas de ouro e uma de prata em Atenas.
Lula brincou com ele. "Como seria bom se eu fosse o Clodoaldo e conseguisse nadar tanto quanto ele." O nadador disse que nunca imaginou que seria esportista, quanto menos receber um elogio do presidente da República: "A maior medalha de ouro é mostrar que o atleta paraolímpico não é mais incapaz. Muita gente que não é deficiente me vê na rua e diz: "Quero ser como você".".
Os atletas receberam a condecoração cruz do mérito desportivo. O presidente do CPB, Vital Severino Neto, entregou a Lula uma foto da delegação brasileira.
Lula disse que muitas vezes os pais não sabem lidar com filhos deficientes. "A família fica com vergonha e não abre a janela para a pessoa ganhar na vida o espaço que lhe é de direito. Sinta-se igual ou melhor que qualquer um."
O presidente disse aos atletas que eles "saem com mais responsabilidade diante de 15 milhões de brasileiros com deficiência".


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