|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI
@ Juca Kouri
Uma luta em cima, outra embaixo
Aparentemente, só restam duas brigas no Brasileirão: por uma vaga na Libertadores e para não cair à Segundona
SE TUDO correr sem imprevistos
o Campeonato Brasileiro só
tem duas dúvidas, a dez rodadas do seu fim: quem fica com o lugar que resta na Taça Libertadores e
quem será o quarto clube rebaixado
para a Série B de 2007.
São Paulo, campeão, e Santos e
Grêmio estão seguros na competição continental.
Santa Cruz, São Caetano e Fortaleza disputarão a Segundona.
Felizmente, obrigatório dizer, o
imprevisível é tão familiar ao futebol
que o futebol não seria o que é sem
parente tão notável.
O grande candidato à vaga na Libertadores é o Paraná Clube, que,
discretamente, cada vez mais merece ser visto com respeito e não como
chuva de verão.
Cruzeiro, Vasco e Figueirense
também podem sonhar.
A vaga que ninguém quer envolve
disputa bem mais complicada e deve
manter grandes torcidas à beira de
um ataque de nervos até o fim.
Se couber à veterana Ponte Preta
não causará maiores dramas, a não
ser na região de Campinas.
Mas Botafogo, Atlético Paranaense, Palmeiras e Flamengo precisam
pôr as barbas de molho, porque correm sérios riscos ainda.
Não tão sérios, é verdade, como
Fluminense e Corinthians.
Parece mentira.
Uma simples verificada nos elencos de ambos bastaria para afastar o
temor e para constatar que os dois
precisam fazer muito esforço para
serem degolados.
Só que é precisamente o que estão
fazendo, e a maneira pela qual foram
derrotados na Copa Sul-Americana
fala por si mesma.
Raramente investiu-se tão mal na
história do futebol brasileiro.
Dois clubes sem comando, sem fibra, sem vergonha na cara e, o Corinthians, repleto de problemas até
com a polícia, a Polícia Federal, porque miséria pouca é bobagem.
O alvinegro é um caso especial.
Crônica de uma crise anunciada
desde quando se anunciou a famosa
parceria com a MSI, algo que nem
mesmo o título brasileiro de 2005
serviu para calar.
Quem tinha olhos para ver viu que
dali coisa boa não seria possível.
Desculpe-se, em termos, o torcedor, este ser irracional que só quer
saber de vitórias e craques, porque
ele é capaz de mudar de humor como de camisa, desde que não seja a
do time de coração.
Mas é imperdoável que os que comandam o clube tenham levado o
quase centenário Corinthians a tal
aventura, respaldados pelos setores
comprometidos da imprensa que
também acham que os fins justificam os meios, desde que signifique
dinheiro no cofre ou no bolso.
Independentemente de o time
cair ou não, o fato é que jamais a
marca Corinthians foi tão manchada, como o desfile, ainda incompleto, de seus cartolas pelos corredores
da Polícia Federal demonstra à
exaustão.
E não se trata de falar em vergonha porque o time é ruim, pois piores houve, e muitos, na história do
clube.
Trata-se de fotografar a degradação moral a que está submetido o segundo clube mais popular do país,
curiosamente a exemplo do que já
aconteceu com o primeiro, o Flamengo. Basta trocar Edmundo Santos Silva/ISL por Alberto Dualib/
MSI que o quadro será muito semelhante, embora falte no Parque São
Jorge o impeachment que aconteceu na Gávea.
E pensar que na assinatura da Timemania vimos até o presidente da
República sair em defesa da honorabilidade dos cartolas.
Enfim, bobagem espantar-se porque, afinal, já se falou aqui dos tais
fins que justificam os meios...
Em tempo: esta coluna não acha
que a Série B seja sinônimo de inferno. E acredita que até pode ser de
purificação.
Texto Anterior: Após recorde, futsal faz 1 gol e leva ouro Próximo Texto: Coréias se distanciam após crise nuclear Índice
|