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Coréias se distanciam após crise nuclear
Dirigentes sonhavam com time unificado em 2008
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O anúncio de que a Coréia do
Norte realizou testes nucleares
nesta semana deve inviabilizar
a formação de uma equipe unificada com a Coréia do Sul para
a Olimpíada de Pequim-08.
Em setembro, dirigentes dos
dois países mantiveram encontro em Lausanne (Suíça).
Sob a chancela do Comitê
Olímpico Internacional, ambos
definiam detalhes para um time unificado nos Jogos de Inverno de 2014, no qual Pyeongchang (CDS) é candidata a sede.
Mais ambiciosos, alguns dirigentes comentaram que o objetivo final era competir com um
só time na próxima Olimpíada.
O maior entrave para a unificação esportiva das Coréias, divididas politicamente desde o
fim da 2ª Guerra Mundial, restringia-se ao campo esportivo.
Os norte-coreanos defendiam que a delegação tivesse a
presença de 50% de atletas de
cada país. Seus vizinhos do Sul
pediam que a equipe fosse definida só por critérios técnicos.
Tal confronto de idéias não
representava maior entrave.
"Estou bastante otimista",
exultou Jacques Rogge, presidente do COI, ao ser informado
do progresso das negociações.
O sonho de unir o que a Guerra Fria separou é antigo. As Coréias tecnicamente permanecem em guerra, já que nunca foi
assinado um tratado de paz
após o conflito que envolveu a
região entre 1950 e 1953.
A primeira vez em que se tentou -sem sucesso- a formação
de uma equipe unificada foi para os Jogos de Tóquio, em 1964.
Nas últimas Olimpíadas, em
Sydney-00 e Atenas-04, finalmente houve uma evolução, e
as Coréias se uniram nos desfiles de abertura e encerramento. Tal fato se repetiu neste ano,
nos Jogos de Inverno de Turim.
Na China, talvez nem isso.
Norte e Sul não devem marchar juntas nem nos Jogos
Asiáticos, programados para
Doha (Qatar), no final do ano.
Os dirigentes são unânimes
em admitir que, passado um
mês, um problema distante das
arenas esportivas é o responsável pelo resfriamento das conversas entre os dois países.
"Depois dos testes nucleares,
acho que ficou muito difícil [a
formação da equipe unificada]", reconhece Kim Sang-woo,
secretário-geral do Comitê
Olímpico da Coréia do Sul.
"Temos que prestar atenção
ao que acontecerá, aos desdobramentos da situação e a como irá reagir a comunidade internacional antes de retomarmos as conversas", condicionou ele. A crise, pelo jeito, está
no início. Anteontem, o Conselho de Segurança da ONU aprovou resolução que prevê sanções contra a Coréia do Norte.
Com agências internacionais
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