São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Seleção joga feio e estrelas "somem" contra Colômbia

Em jogo fraco, Brasil administra 0 a 0 com a Colômbia e faz estréia em casa na quarta diante do Equador, no Rio

Colômbia 0
Brasil 0

DO ENVIADO A BOGOTÁ

A missão brasileira de se garantir para a Copa de 2010 teve início com um burocrático 0 a 0 ontem nos 2.600 m de Bogotá diante da Colômbia.
Mas a decepção mesmo ficou por conta das estrelas bancadas por Dunga no primeiro jogo do Brasil nas eliminatórias da América do Sul.
Kaká e Ronaldinho, ausentes da conquista da Copa América, e Robinho, a grande estrela que brilhou no torneio vencido na Venezuela, estiveram muito abaixo das expectivas.
O baixo rendimento atingiu ainda os "veteranos" Juan, Lúcio e Gilberto Silva, remanescentes da Copa de 2006, mas que ontem também caíram com a mediocridade da equipe.
O Brasil, segundo o Datafolha, cometeu mais faltas (25 a 20) e finalizou muito menos (6 a 17) do que o adversário, que também se mostrou muito mais eficiente nos desarmes.
O resultado expôs a tradicional dificuldade da seleção em jogos de estréias em eliminatórias -nas últimas três edições, a equipe nacional havia empatado sem gols duas vezes, além de um apertado 2 a 1 diante da própria Colômbia.
Após estrear fora de casa, a equipe comandada pelo técnico Dunga agora se ajeita para o batismo como mandante. Na quarta recebe o Equador, que vem de derrota para a Venezuela em Quito, no Maracanã.
O Brasil entrou em campo preparado para enfrentar o fator altitude, a pressão da torcida, e a forte chuva que encharcou o gramado e provocou um atraso de quase 45 minutos em relação ao horário previsto.
Mas foi a juventude do time colombiano o elemento surpresa que fez o Brasil passar sufoco. Zuñiga, Castrillón, Sanchéz, Rentería e Falcao, jogadores com idade entre 21 e 24 anos, fizeram o rodado plantel brasileiro se sentir acuado no início da partida.
E quem pagou a conta da ousadia adversária foi o goleiro Júlio César. Logo aos 2min, Falcao escorou cruzamento da esquerda na pequena área e quase marcou.
O caminho preferido dos colombianos para chegar ao gol brasileiro era o lado esquerdo. Mas nas roubadas de bola no meio-campo, Falcao sempre levava perigo quando tentava suas arrancadas.
Sem saída de bola, o perigo estava sempre rondando a área brasileira. Até o habilidoso zagueiro Juan quase deu dois contra-ataques ao rival por sair jogando errado quando tentava o apoio para desafogar o time.
O primeiro chute brasileiro veio aos 25min com Ronaldinho. E só então o Brasil passou a respirar e equilibrar as ações.
Para segurar a pressão da Colômbia, a seleção não se preocupou em jogar feio.
Somente na segunda metade da primeira etapa o Brasil equilibrou o jogo e passou a ser mais efetivo com Ronaldinho pelo seu lado esquerdo.
O saldo da primeira etapa ficou a cargo da arbitragem. O paraguaio Carlos Amarilla deixou de marcar um pênalti para cada seleção e provocou reclamações dos dois lados.
Com o 0 a 0 sacramentado no primeiro tempo, a volta do intervalo mostrou duas seleções buscando o erro do adversário.
Satisfeito com o empate, Dunga deu a entender que atacar não era prioridade e sacou Vágner Love e Robinho para as entradas do meia Júlio Baptista e do volante Josué.
Faltando pouco para o final, Dunga voltou a ter um atacante com a entrada de Afonso na vaga de Kaká. Mas ele não conseguiu ajudar a seleção a sair do 0 na estréia nas eliminatórias. (PAULO COBOS)

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