São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Dunga apresenta suas desculpas, mas aceita placar

Atletas adotam discursos diferentes para justificar empate, mas Vágner Love vai na contramão e diz não haver escusa

Altitude, gramado pesado, horário da chegada à cidade do confronto e dificuldades impostas pelos colombianos são citadas pela delegação

DO ENVIADO A BOGOTÁ

A altitude de Bogotá também entrou na roda, mas não foi o único fator apontado pelo técnico Dunga para explicar a pífia apresentação brasileira no empate contra a Colômbia.
"O campo estava pesado. A viagem atrapalhou, chegamos ao hotel às 4h da manhã. Treinamos em um gramado pesado. Tudo isso fez a gente sentir, principalmente no segundo tempo", disse o técnico.
Ao comentar a performance da equipe, ele revelou que acabou gostando do placar. "O resultado foi aceitável, por jogar fora, na altitude", falou ele, que se desentendeu com um câmera da televisão ainda no gramado na capital colombiana.
Para Dunga, os anfitriões da partida de ontem estarão na África do Sul em 2010 se repetirem contra os demais rivais sul-americanos a performance diante de seus jogadores.
"A Colômbia aproveitou a velocidade de seus jogadores, principalmente dos laterais", justificou o treinador.
Para o duelo contra o Equador, na quarta-feira, Dunga comentou o principal fator que sua equipe deve evoluir. "Temos que segurar mais a bola, trabalhá-la melhor. E é natural que a equipe se desenvolva na segunda partida."
Enquanto o chefe enumerou um batalhão de desculpas para justificar o empate sem gols, os jogadores da seleção tiveram reações distintas.
Depois de mais uma vez passar em branco, o atacante Vágner Love estava no outro extremo das opiniões de Dunga. "Não dá para ficar arranjando desculpa", afirmou sobre o resultado obtido em Bogotá.
Kaká preferiu ficar no meio termo. "Não gosto de desculpas, mas a altitude atrapalhou, principalmente no segundo tempo. Mas tudo isso faz parte e ajuda a ganhar experiência", falou o jogador do Milan. "A gente não está satisfeito com o empate, mas também não é o fim do mundo", completou.
Já Ronaldinho, o único dos principais astros da equipe que ficou em campo durante os 90 minutos, foi o mais alinhado com a opinião de Dunga.
"Foram várias dificuldades, A chuva, a altitude. Poucas equipes virão aqui e sair com esse ponto", afirmou o meia-atacante, o jogador do grupo atual da seleção que mais vezes jogou na altitude. "A gente gostaria de ter feito melhor mas ficamos felizes com esse ponto" celebrou o astro do Barcelona.
O volante Gilberto Silva relativizou o domínio dos colombianos. "Eles não chegaram na nossa área. Tiveram posse de bola mas só fora."
Enquanto o Brasil volta para o nível do mar na próxima rodada, os colombianos vão "subir a serra" ainda mais. O próximo rival da equipe será a Bolívia, nos 3.600 m da cidade de La Paz. (PAULO COBOS)


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