|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dunga apresenta suas desculpas, mas aceita placar
Atletas adotam discursos diferentes para justificar empate, mas Vágner Love vai na contramão e diz não haver escusa
Altitude, gramado pesado, horário da chegada à cidade do confronto e dificuldades impostas pelos colombianos são citadas pela delegação
DO ENVIADO A BOGOTÁ
A altitude de Bogotá também
entrou na roda, mas não foi o
único fator apontado pelo técnico Dunga para explicar a pífia
apresentação brasileira no empate contra a Colômbia.
"O campo estava pesado. A
viagem atrapalhou, chegamos
ao hotel às 4h da manhã. Treinamos em um gramado pesado.
Tudo isso fez a gente sentir,
principalmente no segundo
tempo", disse o técnico.
Ao comentar a performance
da equipe, ele revelou que acabou gostando do placar. "O resultado foi aceitável, por jogar
fora, na altitude", falou ele, que
se desentendeu com um câmera da televisão ainda no gramado na capital colombiana.
Para Dunga, os anfitriões da
partida de ontem estarão na
África do Sul em 2010 se repetirem contra os demais rivais
sul-americanos a performance
diante de seus jogadores.
"A Colômbia aproveitou a velocidade de seus jogadores,
principalmente dos laterais",
justificou o treinador.
Para o duelo contra o Equador, na quarta-feira, Dunga comentou o principal fator que
sua equipe deve evoluir. "Temos que segurar mais a bola,
trabalhá-la melhor. E é natural
que a equipe se desenvolva na
segunda partida."
Enquanto o chefe enumerou
um batalhão de desculpas para
justificar o empate sem gols, os
jogadores da seleção tiveram
reações distintas.
Depois de mais uma vez passar em branco, o atacante Vágner Love estava no outro extremo das opiniões de Dunga.
"Não dá para ficar arranjando
desculpa", afirmou sobre o resultado obtido em Bogotá.
Kaká preferiu ficar no meio
termo. "Não gosto de desculpas, mas a altitude atrapalhou,
principalmente no segundo
tempo. Mas tudo isso faz parte
e ajuda a ganhar experiência",
falou o jogador do Milan. "A
gente não está satisfeito com o
empate, mas também não é o
fim do mundo", completou.
Já Ronaldinho, o único dos
principais astros da equipe que
ficou em campo durante os 90
minutos, foi o mais alinhado
com a opinião de Dunga.
"Foram várias dificuldades,
A chuva, a altitude. Poucas
equipes virão aqui e sair com
esse ponto", afirmou o meia-atacante, o jogador do grupo
atual da seleção que mais vezes
jogou na altitude. "A gente gostaria de ter feito melhor mas ficamos felizes com esse ponto"
celebrou o astro do Barcelona.
O volante Gilberto Silva relativizou o domínio dos colombianos. "Eles não chegaram na
nossa área. Tiveram posse de
bola mas só fora."
Enquanto o Brasil volta para
o nível do mar na próxima rodada, os colombianos vão "subir a serra" ainda mais. O próximo rival da equipe será a Bolívia, nos 3.600 m da cidade de La
Paz.
(PAULO COBOS)
Texto Anterior: Foco: Chefes usam estilos bem distintos Próximo Texto: Sem paciência: Torcida se irrita e vaia atraso por conta da chuva Índice
|