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Fifa luta contra YouTube e proíbe câmera no estádio
Torcida passa por revista rigorosa, que também buscava bebidas alcóolicas, armas de fogo e mulheres grávidas
Esquema de segurança do jogo pelas eliminatórias teve mais de 1.400 policiais além de cachorros, cavalos, atiradores e helicóptero
DO ENVIADO A BOGOTÁ
Foram duas barreiras antes
de entrar no El Campín, em Bogotá, e antes de iniciar a revista
os policiais perguntaram à reportagem da Folha se ela carregava câmeras de vídeo.
Não sem razão. Por ordem da
Fifa, segundo os organizadores
colombianos, o aparato eletrônico era tão vetado dentro do
estádio no duelo contra o Brasil
como armas de fogo ou bebidas
alcóolicas trazidas de casa.
Quem conseguia furar as revistas e ligava a câmera era
abordado com truculência por
seguranças privados.
Além de proteger as emissoras de televisão que compraram os direitos dos jogos -a gigante rede colombiana Caracol
foi uma das principais patrocinadores do confronto-, o veto
à câmeras de torcedores impede que lances da partida -alguns não captados na geração
das imagens pela televisão-
vão parar no site YouTube.
Foi o vídeo de um torcedor
no GP do Japão que fez o piloto
inglês Lewis Hamilton correr o
risco de sofrer uma punição
-ele mostrava uma manobra
perigosa do líder da temporada
da F-1 atrás do safety-car.
Câmeras de vídeo não são
um eletrônico raro para o tipo
de colombiano que foi ontem
ao El Campín. Com o preço
médio dos ingressos valendo
quase R$ 100 (alguns custavam
quase R$ 500), a classe média
era maioria na arena.
Nem por isso o esquema de
segurança foi grandioso, parecendo até exagerado. Mais de
1.400 policiais trabalharam,
com a ajuda de cachorros, cavalos, atiradores de elite e até de
um helicóptero.
O torcedor comum precisava
passar por quatro barreiras de
segurança antes de entrar no
estádio. A recomendação era
chegar cedo. Quatro horas antes do jogo, filas imensas eram
a tônica nos arredores da arena, que teve todos os ingressos
vendidos com antecedência.
Mulheres grávidas estavam
vetadas no estádio, assim como
adolescentes desacompanhados por um maior de idade.
No sábado à noite, a polícia
apreendeu 39 entradas falsas,
apesar de vários itens de segurança nos bilhetes. Ontem, o
cerco aos falsificadores e cambistas foi grande, mas nem assim eles deixaram de trabalhar.
Quem era pego ficava preso
em um pequeno caminhão com
carroceria de madeira, típica
para transportar cavalos.
Dentro do estádio, nenhum
incidente grave, apesar de alguns setores, especialmente os
mais baratos, aparentarem superlotação. O número de torcedores brasileiro era insignificante -eles se reuniram em
um setor das arquibancadas
bem ao lado das numeras.
Nos alto-falantes, rumba tocada em volume máximo. Nos
bares, a atração do cardápio
eram gigantes porcos assados.
(PAULO COBOS)
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