São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Fifa luta contra YouTube e proíbe câmera no estádio

Torcida passa por revista rigorosa, que também buscava bebidas alcóolicas, armas de fogo e mulheres grávidas

Esquema de segurança do jogo pelas eliminatórias teve mais de 1.400 policiais além de cachorros, cavalos, atiradores e helicóptero

DO ENVIADO A BOGOTÁ

Foram duas barreiras antes de entrar no El Campín, em Bogotá, e antes de iniciar a revista os policiais perguntaram à reportagem da Folha se ela carregava câmeras de vídeo.
Não sem razão. Por ordem da Fifa, segundo os organizadores colombianos, o aparato eletrônico era tão vetado dentro do estádio no duelo contra o Brasil como armas de fogo ou bebidas alcóolicas trazidas de casa.
Quem conseguia furar as revistas e ligava a câmera era abordado com truculência por seguranças privados.
Além de proteger as emissoras de televisão que compraram os direitos dos jogos -a gigante rede colombiana Caracol foi uma das principais patrocinadores do confronto-, o veto à câmeras de torcedores impede que lances da partida -alguns não captados na geração das imagens pela televisão- vão parar no site YouTube.
Foi o vídeo de um torcedor no GP do Japão que fez o piloto inglês Lewis Hamilton correr o risco de sofrer uma punição -ele mostrava uma manobra perigosa do líder da temporada da F-1 atrás do safety-car.
Câmeras de vídeo não são um eletrônico raro para o tipo de colombiano que foi ontem ao El Campín. Com o preço médio dos ingressos valendo quase R$ 100 (alguns custavam quase R$ 500), a classe média era maioria na arena.
Nem por isso o esquema de segurança foi grandioso, parecendo até exagerado. Mais de 1.400 policiais trabalharam, com a ajuda de cachorros, cavalos, atiradores de elite e até de um helicóptero.
O torcedor comum precisava passar por quatro barreiras de segurança antes de entrar no estádio. A recomendação era chegar cedo. Quatro horas antes do jogo, filas imensas eram a tônica nos arredores da arena, que teve todos os ingressos vendidos com antecedência.
Mulheres grávidas estavam vetadas no estádio, assim como adolescentes desacompanhados por um maior de idade.
No sábado à noite, a polícia apreendeu 39 entradas falsas, apesar de vários itens de segurança nos bilhetes. Ontem, o cerco aos falsificadores e cambistas foi grande, mas nem assim eles deixaram de trabalhar.
Quem era pego ficava preso em um pequeno caminhão com carroceria de madeira, típica para transportar cavalos.
Dentro do estádio, nenhum incidente grave, apesar de alguns setores, especialmente os mais baratos, aparentarem superlotação. O número de torcedores brasileiro era insignificante -eles se reuniram em um setor das arquibancadas bem ao lado das numeras.
Nos alto-falantes, rumba tocada em volume máximo. Nos bares, a atração do cardápio eram gigantes porcos assados. (PAULO COBOS)

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