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GP Brasil pode coroar temporada "exclusiva"
Em 16 corridas até agora, todas as vitórias foram de Ferrari e McLaren
Em 56 dos 57 Mundiais, pelo menos um piloto conseguiu vencer e furar o monopólio dos principais personagens da luta pelo campeonato
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo terceiro ano seguido, o
GP Brasil será o cenário para a
decisão do Mundial de F-1. Mas
a prova do próximo domingo
em Interlagos pode ter um
atrativo a mais para 18 pilotos.
Se a vitória na última etapa
do Mundial ficar nas mãos de
Felipe Massa, Kimi Raikkonen,
Fernando Alonso ou Lewis Hamilton, esta será apenas a segunda vez na história da categoria que uma temporada não
tem um "intruso" entre os vencedores, ou seja, alguém que tenha vencido somente um GP.
Com a vitória em Xangai, há
mais de uma semana, Raikkonen tornou-se o piloto com
mais triunfos em 2007. Foram
cinco, ou o equivalente a
31,25%. Depois vem a dupla da
McLaren, Alonso e Hamilton.
Cada um venceu quatro vezes ou 25%. Massa é quem menos subiu ao topo do pódio. Ganhou no Bahrein, na Espanha e
na Turquia, o que eqüivale a
18,75% de sucesso no ano.
Se forem levados em conta
apenas os vencedores de corridas, nunca a categoria viu suas
taças tão igualmente distribuídas numa temporada.
A última vez que algo semelhante ocorreu foi há exatos 20
anos, no Mundial de 1987.
Naquela ocasião, no entanto,
as vitórias não foram tão bem
repartidas entre os pilotos como agora. Houve maior discrepância entre quem mais e
quem menos venceu.
Outra diferença é que mais
pilotos se revezaram recebendo a bandeirada quadriculada
naquela temporada -em 1987
foram cinco os vencedores,
contra o quarteto de agora.
Após as 16 etapas daquela
edição do campeonato, Nelson
Piquet sagrou-se campeão com
a Williams -foi seu terceiro título mundial- com apenas três
vitórias (18,75%).
Nigel Mansell, também da
equipe britânica, foi o que mais
vezes subiu no alto do pódio.
Foram seis triunfos e aproveitamento de 37,5% das vitórias.
Assim como Piquet, Alain
Prost (então na McLaren)
amealhou três triunfos.
Ayrton Senna (Lotus) e Gerhard Berger (Ferrari) venceram duas vezes cada um, o
equivalente a 12,5% de sucesso.
Agora, porém, a chance de
Interlagos ver um piloto sagrar-se campeão sem vencer no
domingo é menor, já que Alonso e Raikkonen, especialmente
o segundo, precisam do maior
número de pontos possível para ficarem com o título.
A missão mais fácil é de Hamilton, que não tem necessidade de vencer. Basta ao inglês
completar a corrida na frente
de Alonso e Raikkonen para ser
o primeiro piloto a vencer um
Mundial em seu ano de estréia.
Na semana passada aliás, o líder do campeonato, com 107
pontos, já afirmou que no Brasil vai correr pelo título e não
para vencer a prova.
Ao bicampeão, porém, ganhar não basta. Com 103 pontos, ele tem de chegar em primeiro e ainda torcer para que o
companheiro de equipe chegue
no máximo em terceiro.
A seu favor há o retrospecto
recente. Nas duas últimas temporadas, Alonso sagrou-se
campeão na pista paulistana,
ambas em cima do heptacampeão Michael Schumacher.
Para Raikkonen, que somou
100 pontos até agora, a situação
é mais complicada. O ferrarista
depende da vitória e precisa
torcer para que Hamilton não
marque mais de três pontos.
Já Massa, com 86 pontos, vai
terminar o ano na quarta posição, independentemente do resultado em Interlagos. O brasileiro, que esteve no fim de semana em Buenos Aires acompanhando a Stock Car, terá
agenda cheia nos próximos
dias. Hoje, ele participa de um
encontro com um patrocinador
no interior de Minas Gerais.
Amanhã, está escalado para
eventos em São Paulo.
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