São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Treinadores esquentam clima para o clássico

Muricy ironiza rival e diz que "30%" de chance para seu São Paulo é suficiente

Luxemburgo reclama de "hipocrisia" e declara não ver "absurdo" na avaliação dos seus atletas que colocaram o Palmeiras como favorito


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA

Os técnicos de São Paulo e Palmeiras elevaram um pouco a temperatura do clássico entre eles no próximo domingo, considerado por ambos como uma decisão neste Brasileiro.
Vanderlei Luxemburgo avalizou as declarações de seus atletas, que disseram que o time é favorito, e principalmente a frase do lateral Leandro, que acha que o Palmeiras tem "70% de chance vencer" o jogo, que será no Parque Antarctica.
Muricy Ramalho ironizou a confiança dos rivais. Com seu jeitão inconfundível, foi seco na resposta: "Sobrou 30% para a gente. Está ótimo, isso é suficiente", disse o são-paulino.
A troca de farpas, ainda suave diante da grande rivalidade criada pelos cartolas das duas equipes nos últimos anos, deixa evidente a tensão para o duelo.
Uma derrota, avaliam os clubes, não tira matematicamente de nenhum dos dois a chance de título, mas pode provocar um abalo emocional perigoso.
Por isso, Luxemburgo não quer contrariar seus comandados. "Fiquei surpreso com os questionamentos em cima do Leandro e do Diego Souza. Eles não estão mentindo [quanto ao favoritismo no clássico]. Temos quase 90% de aproveitamento em casa. É a mesma situação de quando o jogo contra o São Paulo acontece no Morumbi. Os meus jogadores não falaram nenhum absurdo."
O palmeirense se baseia no percentual de vitórias dos mandantes no Brasileiro para respaldar as palavras dos jogadores. "Neste campeonato, só 18% dos jogos do mandante não terminam com vitória. Não vi nada demais nas declarações, mas se eles [são-paulinos] não entenderem assim, o que eu vou fazer?", questionou.
Muricy, de fato, não entendeu dessa maneira quando questionado sobre a forma como administraria o prognóstico feito pelos adversários.
"Eu não administro nada. Aqui eu trabalho para ganhar o jogo. Eu não administro o que os outros falam. Outro dia falaram que o Flamengo era 100% [favorito] e levou de três [do Atlético-MG]", afirmou ele.
O técnico palmeirense, por sua vez, reclamou da dimensão dada ao fato. "Tem que acabar com a hipocrisia. A abordagem que deram aos meus jogadores foi a de que falaram uma coisa absurda", falou Luxemburgo.
Dos dois lados, porém, há uma preocupação em não avançar o sinal em declarações.
Nos últimos meses, as diretorias dos dois clubes costuraram um acordo de paz para não atrapalhar negócios de interesses comuns, como a discussão sobre o combate à pirataria, formação de atletas, calendário e, o mais importante, o apoio mútuo a seus estádios para a disputa da Copa-2014.
Pelo acerto, está proibido a todos os funcionários do São Paulo e do Palmeiras proferir ofensas ao rival.
Ontem, os 27.640 ingressos colocados à venda para o clássico se esgotaram. Desse total, 2,6 mil bilhetes foram repassados aos são-paulinos. Houve filas nos postos de venda, mas não houve tumulto. Há ainda cerca de 5 mil entradas do setor Visa, que também foram todas comercializadas.


Texto Anterior: Maracanã: Robinho ganha painel à custa de dribles em equatorianos
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.