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Treinadores esquentam clima para o clássico
Muricy ironiza rival e diz que "30%" de chance para seu São Paulo é suficiente
Luxemburgo reclama de "hipocrisia" e declara não ver "absurdo" na avaliação dos seus atletas que colocaram o Palmeiras como favorito
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA
Os técnicos de São Paulo e
Palmeiras elevaram um pouco
a temperatura do clássico entre
eles no próximo domingo, considerado por ambos como uma
decisão neste Brasileiro.
Vanderlei Luxemburgo avalizou as declarações de seus
atletas, que disseram que o time é favorito, e principalmente
a frase do lateral Leandro, que
acha que o Palmeiras tem "70%
de chance vencer" o jogo, que
será no Parque Antarctica.
Muricy Ramalho ironizou a
confiança dos rivais. Com seu
jeitão inconfundível, foi seco na
resposta: "Sobrou 30% para a
gente. Está ótimo, isso é suficiente", disse o são-paulino.
A troca de farpas, ainda suave
diante da grande rivalidade
criada pelos cartolas das duas
equipes nos últimos anos, deixa
evidente a tensão para o duelo.
Uma derrota, avaliam os clubes, não tira matematicamente
de nenhum dos dois a chance
de título, mas pode provocar
um abalo emocional perigoso.
Por isso, Luxemburgo não
quer contrariar seus comandados. "Fiquei surpreso com os
questionamentos em cima do
Leandro e do Diego Souza. Eles
não estão mentindo [quanto ao
favoritismo no clássico]. Temos quase 90% de aproveitamento em casa. É a mesma situação de quando o jogo contra
o São Paulo acontece no Morumbi. Os meus jogadores não
falaram nenhum absurdo."
O palmeirense se baseia no
percentual de vitórias dos mandantes no Brasileiro para respaldar as palavras dos jogadores. "Neste campeonato, só 18%
dos jogos do mandante não terminam com vitória. Não vi nada demais nas declarações, mas
se eles [são-paulinos] não entenderem assim, o que eu vou
fazer?", questionou.
Muricy, de fato, não entendeu dessa maneira quando
questionado sobre a forma como administraria o prognóstico feito pelos adversários.
"Eu não administro nada.
Aqui eu trabalho para ganhar o
jogo. Eu não administro o que
os outros falam. Outro dia falaram que o Flamengo era 100%
[favorito] e levou de três [do
Atlético-MG]", afirmou ele.
O técnico palmeirense, por
sua vez, reclamou da dimensão
dada ao fato. "Tem que acabar
com a hipocrisia. A abordagem
que deram aos meus jogadores
foi a de que falaram uma coisa
absurda", falou Luxemburgo.
Dos dois lados, porém, há
uma preocupação em não
avançar o sinal em declarações.
Nos últimos meses, as diretorias dos dois clubes costuraram
um acordo de paz para não
atrapalhar negócios de interesses comuns, como a discussão
sobre o combate à pirataria,
formação de atletas, calendário
e, o mais importante, o apoio
mútuo a seus estádios para a
disputa da Copa-2014.
Pelo acerto, está proibido a
todos os funcionários do São
Paulo e do Palmeiras proferir
ofensas ao rival.
Ontem, os 27.640 ingressos
colocados à venda para o clássico se esgotaram. Desse total,
2,6 mil bilhetes foram repassados aos são-paulinos. Houve filas nos postos de venda, mas
não houve tumulto. Há ainda
cerca de 5 mil entradas do setor
Visa, que também foram todas
comercializadas.
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