São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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Na Justiça comum, Pessoa desafia órgãos do hipismo

Suspenso após doping, cavaleiro obtém liminar para atuar no Athina Onassis

Após ignorar punição de 135 dias da FEI e derrubar veto da CBH com decisão de juíza, ginete ainda irá usar Rufus, cavalo flagrado na Olimpíada


GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Suspenso por 135 dias pela FEI (Federação Eqüestre Internacional) por doping do cavalo Rufus, o cavaleiro Rodrigo Pessoa irá competir no Concurso de Saltos Athina Onassis.
O atleta, campeão olímpico em Sydney-2000, não recorreu ao CAS (Tribunal de Arbitragem do Esporte) para garantir direito de competir. Pessoa entrou, na semana passada, com liminar na Justiça do Rio, que acabou deferida pela juíza Flávia Viveiros, da 6ª Vara Cível.
O cavaleiro buscou a Justiça comum depois de a CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) ter se negado a aceitar sua inscrição no Athina Onassis.
Com a decisão a favor do ginete, a CBH teve de acatar a inscrição. De acordo com André Beck, coordenador do campeonato e empresário de Pessoa, o cavaleiro teve, na manhã de ontem, seu nome confirmado no evento, que começa hoje.
"O Rodrigo está muito revoltado com tudo o que aconteceu. Ele não achou justa a punição. Mas, agora que conseguiu a autorização para saltar, está bastante animado, tentando pensar no torneio", afirmou Beck.
A juíza Flávia Viveiro afirmou que, ao julgar o processo, levou em conta a proximidade da data de uma competição importante, que, segundo ela, caracteriza o "periculum in mora" (perigo da demora). "É o receio do dano irreparável, ou de difícil reparação. Pois, se nos próximos dias, o atleta apelar para a Justiça Desportiva e for bem-sucedido, não poderá, ainda assim, reaver o prejuízo que teve por não disputar este torneio", afirmou Flávia à Folha.
Na medida cautelar, Pessoa destacou que, se não atuasse no evento, teria de pagar multa de US$ 36 mil pelo descumprimento de cláusulas com patrocinadores. "O complicado no processo cautelar é que só temos uma das partes, mas pesou o fato de ele ter 20 anos como profissional do hipismo e nunca ter sido citado em nenhum caso semelhante", disse a juíza.
O cavaleiro disputará o Athina Onassis com Rufus, exatamente o cavalo que lhe rendeu a punição e a perda do quinto lugar na prova individual de saltos nos Jogos de Pequim. Antidoping feito em Rufus apontou nonivamida, substância que atua como anestésico.
A atitude de Pessoa, de recorrer à Justiça comum, é polêmica no meio esportivo e pode render retaliações ainda maiores por parte da FEI, como tempo maior de suspensão.
A CBH, segundo sua assessoria, já enviou ofício à entidade máxima do hipismo informando o ocorrido. Mas, até ontem, a FEI não se pronunciara.


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