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Na Justiça comum, Pessoa desafia órgãos do hipismo
Suspenso após doping, cavaleiro obtém liminar para atuar no Athina Onassis
Após ignorar punição de 135 dias da FEI e derrubar veto da CBH com decisão de juíza, ginete ainda irá usar Rufus, cavalo flagrado na Olimpíada
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Suspenso por 135 dias pela
FEI (Federação Eqüestre Internacional) por doping do cavalo Rufus, o cavaleiro Rodrigo
Pessoa irá competir no Concurso de Saltos Athina Onassis.
O atleta, campeão olímpico
em Sydney-2000, não recorreu
ao CAS (Tribunal de Arbitragem do Esporte) para garantir
direito de competir. Pessoa entrou, na semana passada, com
liminar na Justiça do Rio, que
acabou deferida pela juíza Flávia Viveiros, da 6ª Vara Cível.
O cavaleiro buscou a Justiça
comum depois de a CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) ter se negado a aceitar sua
inscrição no Athina Onassis.
Com a decisão a favor do ginete, a CBH teve de acatar a
inscrição. De acordo com André Beck, coordenador do campeonato e empresário de Pessoa, o cavaleiro teve, na manhã
de ontem, seu nome confirmado no evento, que começa hoje.
"O Rodrigo está muito revoltado com tudo o que aconteceu.
Ele não achou justa a punição.
Mas, agora que conseguiu a autorização para saltar, está bastante animado, tentando pensar no torneio", afirmou Beck.
A juíza Flávia Viveiro afirmou que, ao julgar o processo,
levou em conta a proximidade
da data de uma competição importante, que, segundo ela, caracteriza o "periculum in mora" (perigo da demora). "É o receio do dano irreparável, ou de
difícil reparação. Pois, se nos
próximos dias, o atleta apelar
para a Justiça Desportiva e for
bem-sucedido, não poderá, ainda assim, reaver o prejuízo que
teve por não disputar este torneio", afirmou Flávia à Folha.
Na medida cautelar, Pessoa
destacou que, se não atuasse no
evento, teria de pagar multa de
US$ 36 mil pelo descumprimento de cláusulas com patrocinadores. "O complicado no
processo cautelar é que só temos uma das partes, mas pesou
o fato de ele ter 20 anos como
profissional do hipismo e nunca ter sido citado em nenhum
caso semelhante", disse a juíza.
O cavaleiro disputará o Athina Onassis com Rufus, exatamente o cavalo que lhe rendeu
a punição e a perda do quinto
lugar na prova individual de
saltos nos Jogos de Pequim.
Antidoping feito em Rufus
apontou nonivamida, substância que atua como anestésico.
A atitude de Pessoa, de recorrer à Justiça comum, é polêmica no meio esportivo e pode
render retaliações ainda maiores por parte da FEI, como
tempo maior de suspensão.
A CBH, segundo sua assessoria, já enviou ofício à entidade
máxima do hipismo informando o ocorrido. Mas, até ontem,
a FEI não se pronunciara.
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