São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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Falcão brilha e cobra ser titular

Vitória sobre Ucrânia evidencia divergência entre astro, que inicia os jogos no banco, e técnico PC

Artilheiro do Brasil, com 14 gols, ala faz três contra ucranianos e afirma não querer ser coadjuvante na fase decisiva do Mundial


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O relacionamento ruim entre o astro do time, Falcão, e o técnico Paulo César de Oliveira, o PC, foi explicitado ontem na vitória do Brasil sobre a Ucrânia por 5 a 3, que garantiu a presença da seleção nas semifinais do Mundial de futsal, contra a Rússia, amanhã, no ginásio do Maracanãzinho.
Mais uma vez no banco, Falcão entrou quando o Brasil perdia por 1 a 0. Fez três gols e deu passe para um. Comemorou sempre com os jogadores e o pessoal do banco. Nem olhou para PC, que, por sua vez, também ignorou a presença do craque a um metro de distância. Chegava a ficar de costas para não ter que cumprimentá-lo.
Após a partida, em mensagem meio cifrada, Falcão disse que gostaria de começar jogando, pois não é "coadjuvante".
"Passei confiança, agora fico no aguardo para receber a confiança. No momento decisivo, quero jogar. Não quero ficar ali como mais um coadjuvante. Não me contento com pouco. Quero participar ativamente da campanha do título", afirmou.
A seleção não foi tão bem quanto nos outros jogos. Levou três gols. No resto da competição, só havia sofrido um, na vitória sobre o Japão por 12 a 1.
A Ucrânia abriu o placar logo a 1min, em falha de Ciço. A equipe brasileira não se acertava. Com 6min, PC pôs Falcão e, em seguida, Lenísio. O gol do ala saiu dois minutos depois. Perto do fim do primeiro tempo, o jogador voltou a marcar, mas a Ucrânia empatou em nova falha da defesa. Antes do intervalo, após passe de Falcão, Lenísio fez 3 a 2. Ainda houve o quarto gol, também de Falcão.
Na segunda etapa, Marquinho fez mais um. No final, a Ucrânia marcou o terceiro gol.
Após a partida, o PC reclamou. "A equipe não jogou relaxada. O que me preocupa é a maneira como a equipe sente os erros. Sofre muito quando erra", falou o técnico do Brasil.
PC considerou que houve "um certo desleixo" dos jogadores, já que estavam garantidos antecipadamente na semifinal. "Os gols que a gente sofreu foram esporádicos, [resultaram] de falhas individuais. Em um determinado momento, posso dizer [que houve] um certo desleixo com o passe."
Para o treinador, a seleção agiu com irresponsabilidade na zona defensiva da quadra. "A gente precisa jogar com simplicidade quando está atrás. Se tiver que ser irresponsável, que seja no ataque", disse PC, para quem o jogo de amanhã, contra a Rússia, é o mais importante de sua vida. "A equipe que fica para a história é a campeã. É o jogo mais importante, sim. Se a gente não fizer tudo o que tem que ser feito, alguém vai fazer e vai ganhar o campeonato."
O técnico não sabe se poderá contar com Ciço e Wilde, machucados, e com Betão, ameaçado de punição devido a uma briga no jogo contra a Itália.


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