São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Brasil sofre de novo contra rival fraco e só empata

Pela primeira vez, seleção não derrota Venezuela em jogos oficiais, após ter penado diante de Peru, Bolívia e Colômbia

Brasil 0
Venezuela 0


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE

No sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2010, no dia 4 de dezembro, talvez seja melhor o brasileiro torcer para a seleção cair em uma chave com adversários de primeira linha.
Ontem, em Campo Grande, na despedida das eliminatórias sul-americanas, o time de Dunga mostrou mais uma vez que sofre para jogar contra um rival frágil, que fica na defesa e tira do Brasil o contra-ataque.
Em péssima atuação, o time só empatou com a Venezuela por 0 a 0, na primeira vez em que o antigo saco de pancadas da região não perdeu para o Brasil em jogos oficiais -em casa, o time nacional sempre havia antes feito pelo menos três gols contra a "vino tinto".
Apesar do resultado, o Brasil acabou no primeiro lugar nas eliminatórias, após a derrota do Paraguai para a Colômbia.
Os números finais da competição mostram o sofrimento que foi para o Brasil enfrentar os times mais fracos. Contra Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela, que entraram na última rodada eliminados ou com chances remotas de classificação, o time de Dunga teve aproveitamento de só 46% e média de 1,12 gol por partida.
Já contra Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai e Equador, que ontem estavam classificados ou ainda na disputa por uma vaga na África do Sul, a equipe nacional ganhou 77% dos pontos disputados e fez, em média, 2,40 gols por jogo.
Ontem, no primeiro tempo, o Brasil não se encontrou. O estreante Filipe pouco fazia pela lateral esquerda. No meio de campo, outra novidade de Dunga, o volante Lucas, jogava em linha com Gilberto Silva.
Escalados desde o início juntos pelas primeira vez, Luis Fabiano e Nilmar não se entendiam. O primeiro levou um amarelo e terminou as eliminatórias como o mais indisciplinado brasileiro -foram três amarelos e um vermelho.
Sorte do Brasil que Júlio César estava atento. Aos 45min, em uma grande defesa numa cabeçada de Maldonado, ele evitou que a Venezuela, que tinha chances remotas de ir à repescagem, abrisse o placar.
Mesmo assim, a torcida de Campo Grande não reclamou na primeira etapa. Mas paciência tem limite. Aos 7min do segundo tempo, depois de mais uma bola desperdiçada por Filipe, surgiram as primeiras vaias, abafadas por uma cabeçada de Gilberto Silva na trave.
A coisa se complicou para Dunga aos 12min, quando o zagueiro Miranda cometeu falta dura e foi expulso. O técnico começou a reclamar e bater boca com o banco venezuelano. A torcida gritou seu nome e também pediu por Diego Souza.
O palmeirense não entrou, mas o Brasil ainda acertou a trave mais uma vez, com Kaká.
A seleção volta a campo no dia 14 de novembro, em amistoso contra a Inglaterra, no Qatar. A CBF ainda tenta acertar outro jogo para logo depois.


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