São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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Exceção à regra

Sem atuar há 10 jogos, Ronaldo palpita sobre treinador, sai em defesa dos companheiros e diz que "poderia ajudar" como ministro

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

A contribuição de Ronaldo para a posição do Corinthians no Brasileiro é praticamente nula: três jogos, dois gols, 197 minutos jogados.
Foi sem ele que o time disparou na liderança do torneio. E foi sem ele que caiu na crise em que se encontra -não vence há seis partidas.
Em todos os outros assuntos do clube, porém, a atuação do atacante é decisiva, como ficou claro em entrevista coletiva concedida ontem, no centro de treinamento.
Ronaldo trabalha na escolha do técnico, defende o elenco, adota o discurso da diretoria sobre o estádio.
"Eu não participo de escolhas técnicas", desconversou. "Quando sou perguntado, dou a minha opinião."
Ronaldo afirmou que vai tentar convencer Carlos Alberto Parreira a dirigir o Corinthians. "Tenho um trunfo para isso", disse, sem revelar qual seria esse trunfo.
O atacante defendeu o técnico interino Fábio Carille, que estreou na função com derrota por 2 a 0 para o Vasco. "Ele está aqui há dois anos, conhece cada jogador, vai trabalhar bem", disse.
Bancou também o elenco corintiano, que o ex-técnico Adilson Batista classificou de "fraco" ao ser demitido. "O elenco é bom, é amplo, só que as lesões foram muitas e concentradas num mês só."
Quando um repórter falou em "Fielzão" ao citar o futuro estádio corintiano, Ronaldo o interrompeu. "O nome do estádio nem é esse."
O Corinthians espera conseguir vender os "naming rights" (direito de explorar o nome da arena) por R$ 30 milhões por ano, e seria ruim que qualquer apelido "pegue" antes que uma empresa ponha seu nome no estádio.
Ronaldo aproveitou também para defender a classe. "Só 3% dos jogadores ganham mais de R$ 10 mil, é muito pouco", disse. Questionado se aceitaria ser ministro do Esporte, sorriu. "Acho que poderia ajudar, se fosse um cargo técnico, não político, mas não sei quantos dias trabalha um ministro."
Apesar de defender diretoria, jogadores e técnico interino, Ronaldo não usou eufemismos para descrever a situação do time no Campeonato Brasileiro. "Apesar da crise que estamos vivendo, o campeonato está aberto."
O atacante retorna ao time no próximo domingo, quando o Corinthians enfrentará o Guarani, em Campinas.
Ele não atua desde 8 de setembro, quando jogou 45 minutos e fez um gol de pênalti no empate por 1 a 1 contra o Atlético-PR, em Curitiba.
"Não tem nenhum momento melhor para eu voltar do que agora", declarou. "Vejo que falta um pouco de tranquilidade e experiência na hora de tocar a bola."


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