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Exceção à regra
Sem atuar há 10 jogos, Ronaldo palpita sobre treinador, sai em defesa dos companheiros e diz que "poderia ajudar" como ministro
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
A contribuição de Ronaldo
para a posição do Corinthians no Brasileiro é praticamente nula: três jogos, dois
gols, 197 minutos jogados.
Foi sem ele que o time disparou na liderança do torneio. E foi sem ele que caiu
na crise em que se encontra
-não vence há seis partidas.
Em todos os outros assuntos do clube, porém, a atuação do atacante é decisiva,
como ficou claro em entrevista coletiva concedida ontem,
no centro de treinamento.
Ronaldo trabalha na escolha do técnico, defende o
elenco, adota o discurso da
diretoria sobre o estádio.
"Eu não participo de escolhas técnicas", desconversou. "Quando sou perguntado, dou a minha opinião."
Ronaldo afirmou que vai
tentar convencer Carlos Alberto Parreira a dirigir o Corinthians. "Tenho um trunfo
para isso", disse, sem revelar
qual seria esse trunfo.
O atacante defendeu o técnico interino Fábio Carille,
que estreou na função com
derrota por 2 a 0 para o Vasco. "Ele está aqui há dois
anos, conhece cada jogador,
vai trabalhar bem", disse.
Bancou também o elenco
corintiano, que o ex-técnico
Adilson Batista classificou de
"fraco" ao ser demitido. "O
elenco é bom, é amplo, só
que as lesões foram muitas e
concentradas num mês só."
Quando um repórter falou
em "Fielzão" ao citar o futuro
estádio corintiano, Ronaldo
o interrompeu. "O nome do
estádio nem é esse."
O Corinthians espera conseguir vender os "naming
rights" (direito de explorar o
nome da arena) por R$ 30 milhões por ano, e seria ruim
que qualquer apelido "pegue" antes que uma empresa
ponha seu nome no estádio.
Ronaldo aproveitou também para defender a classe.
"Só 3% dos jogadores ganham mais de R$ 10 mil, é
muito pouco", disse. Questionado se aceitaria ser ministro do Esporte, sorriu.
"Acho que poderia ajudar, se
fosse um cargo técnico, não
político, mas não sei quantos
dias trabalha um ministro."
Apesar de defender diretoria, jogadores e técnico interino, Ronaldo não usou eufemismos para descrever a situação do time no Campeonato Brasileiro. "Apesar da
crise que estamos vivendo, o
campeonato está aberto."
O atacante retorna ao time
no próximo domingo, quando o Corinthians enfrentará o
Guarani, em Campinas.
Ele não atua desde 8 de setembro, quando jogou 45 minutos e fez um gol de pênalti
no empate por 1 a 1 contra o
Atlético-PR, em Curitiba.
"Não tem nenhum momento melhor para eu voltar
do que agora", declarou.
"Vejo que falta um pouco de
tranquilidade e experiência
na hora de tocar a bola."
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