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Imposição pode barrar Beira-Rio
COPA-2014
Inviável, rebaixamento do campo é maior impasse na Fifa
BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
A exigência da Fifa em rebaixar o campo, por conta
das placas de publicidade e
das primeiras fileiras da arquibancada, pode excluir o
Beira-Rio da Copa-14. E abrir
espaço para a Arena do Grêmio, que já prevê participar
da Copa das Confederações.
Em reunião com o COL
(Comitê Organizador Local)
anteontem, cartolas do Internacional ouviram que era
preciso rebaixar o gramado.
Para não emperrar os trâmites para a aprovação do estádio e embora sejam contra a
medida, eles aceitaram incluí-la no orçamento.
Porém não passa pela cabeça dos dirigentes colorados ceder a tal imposição.
"Nós vamos incluir o custo
do rebaixamento para continuar com as negociações.
Mas somos contra", comenta
Pedro Affatato, vice-presidente do Internacional.
O primeiro motivo que dificulta o cumprimento da exigência da Fifa é que o Beira-
-Rio, como o próprio nome
diz, fica próximo ao rio Guaíba, e o rebaixamento do campo é praticamente inviável.
"O terreno onde foi construído o Beira-Rio foi aterrado com areia, que é bastante
permeável. E o local tem um
nível freático muito alto",
explica o professor de engenharia civil da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
Luiz Antonio Bressani.
"O rebaixamento é difícil
mesmo, pois há lençol freático. Mas, na engenharia, tudo
é possível", afirma Affatato.
A previsão do orçamento
da reforma do Beira-Rio sem
o rebaixamento era de R$ 155
milhões. Com a medida, no
entanto, esse valor aumentará significativamente. "Se fizer o rebaixamento, provavelmente deverá ser realizada uma impermeabilização e
um bombeamento permanente -procedimentos muito caros", comenta Bressani.
Segundo Affatato, o COL
pediu que o gramado fosse
rebaixado em 80 cm. "Não
achamos necessário, mas vamos discutir. Podemos descer menos e excluir algumas
cadeiras mais próximas do
campo", diz o dirigente.
Enquanto são discutidas
as reformas do Beira-Rio, o
Grêmio age como quem não
quer nada. Ou melhor, quer:
abrigar, pelo menos, jogos da
Copa das Confederações.
O clube já iniciou as obras
da Arena (nome do novo estádio) e diz seguir à risca o caderno de encargos da Fifa.
"Pró-ativamente, resolvemos nos adequar às exigências da Fifa. Construiremos a
Arena com todos os requisitos, inclusive a altura das
placas de publicidade e dos
pontos cegos" afirma Adalberto Preis, presidente da
Grêmio Empreendimentos.
Ele despista sobre receber
jogos do Mundial, mas vê
grandes possibilidades de a
Arena abrigar partidas da Copa das Confederações. "O estádio estará pronto, no máximo, em março de 2013. Queremos, sim, ter jogos da Copa
das Confederações. Mas não
pensamos em Copa."
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