São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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Imposição pode barrar Beira-Rio

COPA-2014
Inviável, rebaixamento do campo é maior impasse na Fifa


BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC

A exigência da Fifa em rebaixar o campo, por conta das placas de publicidade e das primeiras fileiras da arquibancada, pode excluir o Beira-Rio da Copa-14. E abrir espaço para a Arena do Grêmio, que já prevê participar da Copa das Confederações.
Em reunião com o COL (Comitê Organizador Local) anteontem, cartolas do Internacional ouviram que era preciso rebaixar o gramado. Para não emperrar os trâmites para a aprovação do estádio e embora sejam contra a medida, eles aceitaram incluí-la no orçamento.
Porém não passa pela cabeça dos dirigentes colorados ceder a tal imposição.
"Nós vamos incluir o custo do rebaixamento para continuar com as negociações. Mas somos contra", comenta Pedro Affatato, vice-presidente do Internacional.
O primeiro motivo que dificulta o cumprimento da exigência da Fifa é que o Beira- -Rio, como o próprio nome diz, fica próximo ao rio Guaíba, e o rebaixamento do campo é praticamente inviável.
"O terreno onde foi construído o Beira-Rio foi aterrado com areia, que é bastante permeável. E o local tem um nível freático muito alto", explica o professor de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Luiz Antonio Bressani.
"O rebaixamento é difícil mesmo, pois há lençol freático. Mas, na engenharia, tudo é possível", afirma Affatato.
A previsão do orçamento da reforma do Beira-Rio sem o rebaixamento era de R$ 155 milhões. Com a medida, no entanto, esse valor aumentará significativamente. "Se fizer o rebaixamento, provavelmente deverá ser realizada uma impermeabilização e um bombeamento permanente -procedimentos muito caros", comenta Bressani.
Segundo Affatato, o COL pediu que o gramado fosse rebaixado em 80 cm. "Não achamos necessário, mas vamos discutir. Podemos descer menos e excluir algumas cadeiras mais próximas do campo", diz o dirigente.
Enquanto são discutidas as reformas do Beira-Rio, o Grêmio age como quem não quer nada. Ou melhor, quer: abrigar, pelo menos, jogos da Copa das Confederações.
O clube já iniciou as obras da Arena (nome do novo estádio) e diz seguir à risca o caderno de encargos da Fifa.
"Pró-ativamente, resolvemos nos adequar às exigências da Fifa. Construiremos a Arena com todos os requisitos, inclusive a altura das placas de publicidade e dos pontos cegos" afirma Adalberto Preis, presidente da Grêmio Empreendimentos.
Ele despista sobre receber jogos do Mundial, mas vê grandes possibilidades de a Arena abrigar partidas da Copa das Confederações. "O estádio estará pronto, no máximo, em março de 2013. Queremos, sim, ter jogos da Copa das Confederações. Mas não pensamos em Copa."


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