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Criação de agência fica na promessa
DOPING
Proposta de órgão está na gaveta do Ministério do Esporte
DANIEL BRITO
FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO
A política de controle de
dopagem do Brasil será um
problema para a Wada
(Agência Mundial Antidoping) por tempo indefinido.
Não existe hoje previsão
para que a ABCD (Agência
Brasileira de Controle de Dopagem) seja desengavetada
no Ministério do Esporte.
A demora dos brasileiros
para criar o órgão foi alvo de
pesadas críticas por parte de
David Howman, diretor-geral da Wada, anteontem.
A assessoria de imprensa
do Ministério do Esporte, em
uma nota de cinco linhas, garantiu que já tem elaborado
uma "proposta de estrutura e
funcionamento" da agência.
Segundo o comunicado
oficial, a proposta fundamentou-se na pesquisa de
modelos adotados em vários
países "por orientação da
Wada". "A mesma será encaminhada ao Congresso Nacional em 2010", informou.
Com a indefinição, a ampliação do Ladetec, único laboratório credenciado pela
Wada no país, também fica
em compasso de espera.
"Os recursos para aumentar a estrutura dependem da
criação da ABCD", afirmou o
coordenador do Ladetec,
Francisco Radler. "Eles me
informaram que já havia sido
encaminhado para a votação. O ministério já teria feito
a parte dele, de fazer toda a
proposta, organograma."
Segundo Radler, se houver
a exigência da ampliação do
laboratório para a Copa das
Confederações, em 2013, o
prazo já começa a ficar curto.
A assessoria da pasta disse
não estar autorizada a informar quando a proposta ficou
pronta, por quem foi elaborada e quando terá seu regimento interno disponibilizado para consulta pública.
Em novembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a
implementação da ABCD,
um compromisso de campanha da candidatura do Rio
para a Olimpíada de 2016.
Foi motivado pelo maior
caso de doping sistemático
na história do esporte brasileiro, em novembro do ano
passado, envolvendo competidores do atletismo.
O maior problema, segundo o dirigente da Wada, diz
respeito à ABA (Agência Brasileira Antidoping) estar ligada ao COB (Comitê Olímpico
Brasileiro). Howman defende um órgão sem vínculos.
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