São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

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cinzento

Kleber conta que não foi procurado por ninguém do Palmeiras e diz que pretende esperar; presidente se reúne com agente para tentar mantê-lo no clube

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Kleber enfim falou. Pouco, um tanto arredio, mas falou.
Por telefone, o jogador mais comentado da semana, pivô da mais nova crise do Palmeiras, conversou com a Folha, mostrou irritação com toda a situação e disse que ainda aguarda o clube procurá-lo para resolver o caso.
"Não tenho nada para falar", foi a primeira coisa que disse. Mas ele falou mais.
"Vamos deixar o tempo passar para que as coisas sejam resolvidas", contou o atacante, meio mal-humorado. Então Kleber foi questionado se já foi procurado por alguém do Palmeiras. E, informado pelo repórter que seu estafe tinha feito um primeiro contato com Arnaldo Tirone, presidente do clube, o jogador disparou: "Não sei de nada. Se ele [Tirone] falou isso, é ele quem está falando".
A reportagem apurou que, após chegar do Rio, anteontem, o presidente palmeirense jantou com Giuseppe Dioguardi, agente do atacante.
No encontro, Tirone disse ao agente que não tem a intenção de liberar Kleber e que as declarações de Luiz Felipe Scolari contra o jogador foram feitas de cabeça quente.
Por isso, o presidente pediu a Dioguardi que acalmasse seu cliente e esperasse até terça-feira, quando Scolari retorna de Portugal, para decidir o futuro do atleta.
Até lá, Tirone deu folga a Kleber. A intenção do presidente é conversar com os dois separadamente, após a poeira baixar, para tentar fazer a conciliação e não perder dois dos maiores ídolos do time.
"Eu quero deixar o tempo passar. Vamos ver se vai mesmo ter essa reunião", declarou Kleber, sobre a prometida reunião de terça-feira e a possibilidade de ficar.
Em seguida, Kleber foi questionado se tem recebido apoio dos jogadores. "O que é apoiar? O fato de o pessoal não ir para o jogo já mostra que todos estavam de acordo. A questão não é apoiar: o pessoal estava unido", disse.
Referência ao episódio que culminou em sua discussão com Scolari. Após a briga de João Vítor com torcedores, Kleber liderou um motim para que o time não viajasse naquele momento. O fato motivou uma séria discussão entre ele e Scolari. Alguns jogadores apoiaram Kleber. E, no fim, ninguém viajou. Todos foram no dia seguinte.
"Qualquer jogador faria o que eu fiz. Se fosse algum companheiro, eu faria a mesma coisa, ficaria da mesma forma, apoiaria", contou. "Qualquer um que saia do time assim, dessa maneira, é ruim", completou Kleber.
O atacante continua afastado da equipe até definir sua situação ou até terça, conforme a expectativa da diretoria.
E, mesmo após os discursos de Scolari garantido que não trabalha mais com Kleber, parece ainda existir uma pequena possibilidade de ele continuar no Palmeiras.



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