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HÓQUEI NO GELO
"Condenado" à morte volta aos treinos e jogos
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O alemão Robert Müller, 28, guarda em sua
mente lembranças de suas
participações em importantes eventos esportivos
do hóquei no gelo, como
dois Jogos Olímpicos, uma
Copa e nove Mundiais.
Mas uma de suas memórias mais queridas se refere a uma derrota, na noite
de ontem, quando, do banco de reservas, assistiu ao
seu time, o Haie, perder
para o Duisburg por 3 a 2,
no Campeonato Alemão.
Vítima de um tumor cerebral, Müller foi operado
duas vezes -a última das
intervenções cirúrgicas
em agosto- e passou pelas
desgastantes sessões de
radioterapia e quimioterapia, mas o diagnóstico dos
médicos foi bastante claro:
ele já deveria ter morrido.
Ao ouvir sua sentença
de morte, o atleta, casado e
pai de dois filhos, decidiu
passar seus últimos momentos de vida como viveu os melhores momentos: no rinque de hóquei.
Foi uma dolorosa volta à
rotina de treinos, no mês
passado, porém Müller fez
o suficiente para convencer a direção da equipe a
recolocá-lo no time.
Sua volta, mesmo com a
previsão de que começaria
a partida no banco de reservas, ganhou as manchetes dos principais periódicos alemães, como o
""Bild", que manchetou: ""O
retorno da sensação".
""Naturalmente estou
muito satisfeito em voltar
a fazer parte da equipe,
mesmo que na reserva",
explicou o jogador, antes
da partida de ontem.
Müller pôde observar
Doyle, goleiro titular, em
noite de performance excepcional, porém que terminou em derrota. Cenário que acabou por abrir a
possibilidade de Müller
ser escalado como titular,
amanhã, em Nuremberg.
"[A retomada de minha
carreira] é um caminho
que terei de cumprir passo
a passo", resumiu um ainda determinado Müller.
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