São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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São Paulo convence e dispara

Sob gritos de "é campeão", time consegue vitória confortável no Morumbi e volta à ponta do Nacional

São Paulo 2
Vitória 0


Marcelo Justo/Folha Imagem
Jogadores do São Paulo festejam o 1º gol no Morumbi

CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estádio cheio, gritos de "é campeão" e futebol convincente. Com esses ingredientes, o São Paulo venceu o Vitória por 2 a 0 e, com 62 pontos, retomou a liderança do Brasileiro.
A três rodadas do fim do campeonato, o time tricolor abriu três pontos do vice-líder Palmeiras, que hoje pode ser superado pelo Flamengo.
Dentro de campo, o São Paulo se credenciou como favorito ao título. Fora dele, a torcida também se mostrou confiante. O Morumbi teve ontem o melhor público do ano: 53 mil, que geraram renda de quase R$ 1,8 milhão, também a maior do clube na temporada.
E a multidão foi recompensada, ao ver algo raro na campanha do time neste Brasileiro: uma vitória confortável do time tricolor. O último triunfo são-paulino por mais de um gol de diferença havia sido no já longínquo 12 de setembro, contra o Avaí (2 a 0).
O primeiro tempo foi de amplo domínio do São Paulo, que, desde os primeiros minutos de jogo asfixiou o Vitória e criou diversas chances de gol.
Mas a etapa inicial também expôs as duas maiores fraquezas do time neste Brasileiro.
A primeira delas foi a insegurança defensiva do São Paulo nas bolas aéreas.
Na melhor oportunidade do Vitória, aos 15min, Ramón cobrou falta para dentro da área e Washington desviou de cabeça contra sua própria meta. Rogério salvou em cima da linha e, no rebote, Fábio Ferreira, de frente para o gol, desperdiçou.
A falha generalizada da defesa no lance, treinado exaustivamente durante a última semana, acirrou os ânimos dos jogadores são-paulinos.
E o segundo ponto fraco do time, a instabilidade emocional -já vista no duelo contra o Grêmio, quando três são-paulinos foram expulsos- voltou a aparecer ontem no Morumbi.
André Dias, Hugo, Arouca e Washington tiveram uma discussão ríspida e, por pouco, não chegaram à agressão generalizada. Hugo chegou a dar um tapa no rosto de André Dias.
Como resultado, os dois foram advertidos pelo árbitro. Com três cartões amarelos, estão fora do duelo contra o Botafogo, domingo, no Engenhão.
"Foi um desentendimento para acertar o posicionamento. É normal", disse Hugo, que negou ter agredido o zagueiro. "Só coloquei a mão no rosto dele", defendeu-se o meia.
"Em um time que está para ser campeão é assim. Um sempre cobra o outro", minimizou André Dias, que, ainda assim, admitiu que tanto ele como Hugo poderiam ter tomado cartão vermelho no lance.
As agressões entre os jogadores também desagradaram a Vagner Mancini, treinador do Vitória, que queria a expulsão dos são-paulinos.
Porém, mesmo com essa clara demonstração de nervosismo em campo, o São Paulo não teve grandes dificuldades em chegar ao seu primeiro gol.
Aos 24min, Washington fez boa jogada pela direita, invadiu a área, mas chutou rasteiro, em cima de Viáfara. Jorge Wagner ficou com o rebote e não desperdiçou seu chute: 1 a 0.
Diferentemente dos últimos jogos do São Paulo, o time abriu o placar, mas não recuou.
Seguiu controlando as ações em campo e esteve perto de ampliar o placar aos 43min, quando Viáfara salvou, com os dedos, uma cabeçada de Hugo.
Mas o meia são-paulino, que ontem substituía o suspenso Dagoberto, não desperdiçou sua segunda oportunidade.
Logo aos 3min da etapa final, recebeu cruzamento de Hernanes e, de cabeça, marcou o segundo gol do São Paulo.
E a confortável vitória por 2 a 0 só não virou goleada graças ao goleiro Viáfara, que, porém, não impediu os gritos de "é campeão" da torcida tricolor.


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