São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Partida tem veto a aposta e a cerveja

DO ENVIADO A DOHA

Beber cerveja, namorar, apostar. "Vícios" saudáveis e outros nem tanto não fazem parte de um jogo no Oriente Médio.
Num amistoso com organização quase impecável (o único defeito à vista foi uma falha nos cronômetros quase no final do jogo), o Qatar, que sonha em organizar a Copa do Mundo de 2022, mostrou ontem que é possível futebol de primeira linha sem dois dos principais patrocinadores do futebol atual.
Primeiro, nada de álcool -as cervejarias patrocinam times e grandes campeonatos, como a Copa dos Campeões da Europa.
Na tentativa de reproduzir o ambiente de bares brasileiros e ingleses na porta do estádio, as opções eram só refrigerante e chá. Mais emocionantes eram os passeios de camelo e os pequenos campos onde era possível bater pênaltis.
Vetadas também no Qatar são as empresas de apostas on-line, que estampam suas marcas nas camisas de alguns dos clubes mais poderosos do mundo, como Real Madrid e Milan. Quem estivesse no estádio e tentasse fazer uma aposta em um desses sites se deparava com uma mensagem de que no Qatar eles são proibidos.
Sem esses recursos, quem reinava no suntuoso Khalifa Stadium, que estava lotado, era a rede de televisão Al Jazeera, que gastou o equivalente a quase R$ 16 milhões para organizar o jogo e comemorar o aniversário de seus canais esportivos.
Como já havia anunciado, a rede montou uma enorme estrutura e teve acesso especial aos atletas -no intervalo, até o arredio, para entrevistas, presidente da CBF, Ricardo Teixeira, falou para as câmeras da Al Jazeera.
O cartola brasileiro estava no setor mais VIP do estádio. Lá, as únicas mulheres eram ocidentais, que assistiam ao jogo ao lado de dezenas de árabes (todos homens).
Ao contrário de outros países muçulmanos, o Qatar permite mulheres em estádios de futebol.
Mas as esposas dos poderosos do país ficam em um camarote exclusivamente feminino, servidas apenas por mulheres e com um vidro escuro para proteção dos olhares. Na arquibancada, exceção a ingleses e brasileiros, quase só havia homens. (PC)


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