São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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PRANCHETA DO PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Quem desequilibra?

O CORINTHIANS não joga mais no sistema da moda, mas usa, a cada duas frases, a palavra mais surrada do futebol: equilíbrio. Mas a palavra-chave da vitória ante o Cruzeiro foi sofrimento.
Se o Corinthians de Mano Menezes tinha um pêndulo para medir as ações entre defesa, meio-campo e ataque, a equipe do segundo turno ora expõe zagueiros, com Adilson, ora espera demais pela hora de soltar os volantes. Gasta jogos inteiros só marcando. Contra o Cruzeiro, o gol da vitória só saiu nos minutos finais e, para muitos, foi Sandro Ricci quem desequilibrou o jogo -para mim, não foi pênalti.
A luta do Brasileirão torna-se o duelo ataque x defesa. O sistema defensivo menos vazado é dirigido por Muricy Ramalho. Nos últimos dez anos, a melhor defesa só foi campeã duas vezes, em 2006 e 2007, ambas conquistas de Muricy.
O ataque mais positivo não fica com a taça desde 2006, quando o São Paulo foi melhor em tudo. O atual representante do ataque é o Corinthians. Marcou 61 vezes em 35 partidas, mas só fez mais do que um gol em dois dos cinco jogos de Tite. Se em sua primeira passagem pelo Parque São Jorge, o técnico venceu 11 vezes por 1 a 0, este reinício também é marcado pela inanição.
Símbolo de futebol ofensivo na reta de chegada é o Cruzeiro. Há duas semanas, Cuca explicou por que não implanta o 3-4-3 que usou no Botafogo, em 2007: "Tenho laterais que me permitem jogar no 4-4-2". Mas, no sábado, lançou Jonathan como meia-direita, Fabrício pela esquerda, puxou Marquinhos Paraná para terceiro zagueiro e abriu três atacantes -Thiago Ribeiro, ponta-direita, Wellington Paulista, centroavante, e Gilberto, ponta-esquerda.
No 3-4-3, o Cruzeiro vencerá o título da ousadia. Mas a taça do Brasileirão vai para outro lugar.

CRISE NA ARBITRAGEM
Ricardo Teixeira não quer que Sérgio Corrêa fale de lances polêmicos. Mas não há nada pior do que o silêncio da Comissão de Arbitragem. Todos discutem se houve ou não pênalti de Gil em Ronaldo, lance como o do pênalti de Márcio Araújo em Obina na Sul-Americana. Eu não vi falta. Mas, para muita gente séria, foi. Daí Perrella não ter direito de imitar Belluzzo e dizer que há corrupção. Daí a CBF não ter direito de se omitir.


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