São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Síndrome da Rússia

Pela 2ª vez seguida, seleção de vôlei sai do Japão derrotada pelas europeias na final do Mundial

FIVB/Divulgação
Jaqueline lamenta derrota para as russas no Mundial

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A Rússia mais uma vez deixou a seleção feminina de vôlei com lágrimas no rosto.
Quatro anos após superar o Brasil numa final disputada em cinco sets, as russas repetiram o mesmo roteiro do Mundial de 2006 e impediram o time comandado por José Roberto Guimarães de vibrar com um título inédito.
As brasileiras despencaram em quadra logo após a russa Ekaterina Gamova ter marcado o último ponto do jogo, decretando a vitória de seu time por 3 sets a 2 (21/25, 25/17, 20/25, 25/14 e 15/11) em quase duas horas de partida.
Com isso, a Rússia ampliou ainda mais o seu domínio em Mundiais femininos. Contando com os títulos da ex-União Soviética, são nove troféus em 16 campeonatos disputados desde 1952.
E o Brasil repetiu o melhor resultado de sua história. É a terceira medalha de prata obtida pelo país, que também foi vice-campeão no Mundial do Brasil, em 1994, além da segunda colocação em 2006.
O resultado, no entanto, não foi motivo de comemoração. No pódio, as atletas brasileiras, que se sagraram campeãs na Olimpíada de Pequim-2008, não demonstraram entusiasmo com a medalha de prata no peito.
Explica-se: o Brasil é a única das potências do vôlei feminino que ainda não entrou no rol dos campeões mundiais. Cuba, Itália, China e Japão já subiram no topo do pódio nesta competição.
"Segundo lugar é bom, mas não era nosso objetivo. Todo o trabalho que a gente fez não aconteceu. São mais quatro anos agora", disse a caçula do time brasileiro, Natália, 21, inconformada.
A novata disputou sua primeira competição como titular devido às lesões das pontas Paula Pequeno e Mari. Ambas eram as titulares na campanha do ouro olímpico.
"Fico triste porque treinamos muito durante o ano, superamos as perdas da Mari e da Paula e merecíamos ganhar. Queria que as coisas fossem diferentes. Paramos de jogar no quarto set. Tentamos voltar no quinto, mas não mantivemos o ritmo no final", declarou Sheilla.
A oposto brasileira fez uma boa descrição de um jogo marcado por altos e baixos dos dois lados.
Afora o tie-break, a equipe que conseguia liderar na parcial acabava vencendo o set com facilidade. Foi assim com o Brasil no primeiro e no terceiro sets e, com a Rússia, no segundo e no quarto.
No set decisivo, as equipes mantiveram-se equilibradas, alternando-se até quando o placar apontou 12/11 para a Rússia. A partir de então, foram três pontos seguidos das europeias. A história de 2006 se repetia no mesmo país -Japão- e com a mesma protagonista -Gamova.
Mas, desta vez, o Brasil saiu de quadra com o dobro de erros da Rússia: 22 a 11.
"Só fico com o sentimento de que a gente poderia ter dado mais. A equipe inteira podia ter dado um pouco mais", disse Natália, ainda chorosa.


Texto Anterior: Italiano: Milan vence clássico e se mantém na liderança
Próximo Texto: Dirigente consola time com aposta em bi olímpico
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.